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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Após fim da sedação, Ricardo Gomes inicia fisioterapia

Ricardo Gomes se sentiu mal durante o jogo; treinador sofreu um acidente vascular cerebral (avc). Foto: Agência LanceApós ter a sedação retirada e já realizar alguns movimentos, Ricardo Gomes, que segue na CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Pasteur, no Meier, Rio de Janeiro, iniciará o tratamento de fisioterapia, tanto motora, quanto respiratória.
"O trabalho de fisioterapia no leito faz parte da terapêutica multidisciplinar e é fundamental para o reforço muscular e para a progressiva retirada dos aparelhos de respiração artificial", explicou o diretor geral do hospital, Ricardo Periard.
Na manhã desta quarta-feira, Gomes teve os aparelhos que faziam sua sedação retirados pela equipe médica. O técnico vascaíno respondeu muito bem à sequência do tratamento, já que conseguiu fazer alguns movimentos.
"Devido à boa resposta que ele vem apresentado ao tratamento foi possível começarmos esse processo. E, duas horas após a suspensão dos sedativos ele apresentou reações positivas, como abrir os olhos e movimentar os membros superiores e inferiores. Nessa etapa é natural que caso ele apresente alguma agitação, seja feita uma leve sedação novamente", esclareceu o clínico-intensivista Fabio Guimarães Miranda.
Mesmo com o quadro em evolução, o treinador do Vasco ainda permanecerá sob cuidados intensivos por mais três dias, pois segundo os médicos ainda é muito cedo para avaliar a possibilidade de sequelas.
"Estamos muito otimistas com a recuperação dele. Não tenho dúvidas que além de todos os esforços médicos a força e a energia de todos está ajudando nesse processo", disse o neurocirurgião José Antônio Guasti, responsável pela cirurgia que Ricardo foi submetido, no último domingo, após sofrer um AVC durante a partida entre Vasco e Flamengo pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro.
 
Entenda o caso
 
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) pode ser definido como uma síndrome clínica de início abrupto, que apresenta sintomas neurológicos focais ou globais, podendo ser causado por isquemia, hemorragia parenquimatosa ou subaracnóidea, em conseqüência de doença dos vasos sangüíneos cerebrais. O diagnóstico definitivo é geralmente confirmado por meio de exames de neuro-imagem, como a Tomografia Computadorizada Cerebral e a Ressonância Magnética.
Geralmente mais incapacitante do que fatal, o AVC é um importante problema de saúde pública, e o seu tratamento ocasiona custos enormes para os serviços nacionais de saúde em países desenvolvidos. Segundo estatísticas norte-americanas, é a terceira causa de morte e uma das principais causas de invalidez entre adultos.
Fisioterapeutas são parte da equipe de reabilitação envolvida no tratamento de pacientes com AVC. Estes profissionais contam com abordagens específicas, baseadas em exercícios terapêuticos e meios físicos para o controle da espasticidade e retreinamento dos movimentos voluntários e da capacidade de deambulação.

OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES COM AVC

O tratamento de pessoas que sofreram um AVC tem, em última análise, o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Os exercícios terapêuticos (cinesioterpia) promovem a reeducação do controle motor e permitem ao paciente se movimentar da forma mais eficiente possível. O movimento funcional minimiza o gasto energético, previne o surgimento contraturas e o desenvolvimento de deformidades, e reduz a dor.

Cinesioterapia
A cinesioterapia é a modalidade terapêutica mais citada no tratamento da espasticidade. No Brasil, as duas modalidades mais freqüentemente empregadas são o método Bobath, e a Facilitação Neuromuascular Proprioceptiva.
O método Bobath, inicialmente descrito por Bobath, em 1978, é uma abordagem neurofisiológica, na qual o fisioterapeuta utiliza posturas inibidoras de reflexos para “funcionalizar” o tônus muscular e reeducar o movimento normal.
A Facilitação Neuromuascular Proprioceptiva (FNP), ou método Kabat faz uso da resistência manual e do estímulo do reflexo de estiramento como forma de modificação e promoção de coordenação motora.Outras técnicas utilizadas são: Hidroterapia, Equoterapia, Técnica de Restrição-Indução, Biofeedback, e a técnica cognitiva.

Pontos-Chave
Embora hajam várias modalidades, na prática diária, uma combinação destas diferentes abordagens é utilizada, embora algumas instituições tendam a enfatizar sua técnica preferida. Seja qual for a modalidade terapêutica escolhida, deve-se considerar alguns pontos-chave do tratamento da espasticidade.

1- Comprimento muscular
Retornando à natureza da espasticidade, é importante enfatizar que ela não é somente um fenômeno velocidade-dependente, mas também comprimento-dependente. Por esta razão é importante considerar o comprimento muscular na abordagem escolhida. Existem muitas técnicas de alongamento muscular, estas incluem o uso de órteses, engessamento seriado, técnicas específicas de FNP e o estiramento mantido do músculo.

2- Fortalecimento muscular

Junto com o alongamento do músculo, é preciso considerar a força muscular. O objetivo desta técnica é a restauração do movimento, por meio da interação sinérgica agonista-antagonista, permitindo assim ao paciente recrutar mais eficientemente o músculo motor primário ao mesmo tempo que a inibição recíproca é estimulada.
3- Aprendizado motor

Há evidências de que as técnicas baseadas no aprendizado motor por meio da repetição de uma tarefa são capazes de melhorar a função de pacientes. Aparentemente, ao se permitir que o paciente “ensaie” uma determinada tarefa repetidas vezes, há uma ativação do córtex motor, com concomitante redução do tônus, provavelmente devido à neuroplasticidade.

Modalidades Elétricas
Existe um grande número de modalidades de eletroterapia empregadas em pacientes espáticos. A mais popular é a Eletroestimulação Funcional (também conhecida como FES – Functional Electrical Stimulation). È empregada no controle da espasticidade devido a mecanismos imediatos e tardios. Os efeitos imediatos são: inibição recíproca e relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes. Os efeitos tardios agem na neuroplasticidade.

Termoterapia
A utilização do frio (crioterapia) na redução temporária da espasticidade, tem seu efeito por reduzir sensibilidade do reflexo de estiramento do fuso neuromuscular e por inibir os motoneurônios pelas vias polissinápticas.
O uso do calor é reconhecido como agente facilitador e de preparo para a cinesioterapia e está indicado no tratamento do paciente espástico. O relaxamento muscular ocorre quando se atinge progressivamente temperaturas entre 38,5 e 40 °C
Tanto o frio quanto o calor têm contra-indicações relativas nos pacientes que apresentem arterites, distúrbios vasomotores e alterações de sensibilidade
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