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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Síndrome de Zollinger Ellison

A Síndrome de Zollinger Ellison é uma doença caracterizada pelo aumento da hormona gastrina, causando um excesso de produção de ácido clorídico no estômago. Muitas vezes a sua causa provém de um tumor existente no pâncreas. Raramente encontra-se ligada à fisiopatologia da úlcera péptica, uma vez que está mais intimamente relacionada à infecção por Helycobacter pylori .

Sinais e Sintomas

Dores Abdominais
Vómito de sangue
Dificuldades na alimentação
Diarreia

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome de Zollinger-Ellison é feito por diversos exames laboratoriais e de imagem.

Exames laboratoriais:

Teste de estimulação da secretina, que mede os níveis de gastrina em resposta à secretina
Níveis de gastrina em jejum
Acidez antral


Tratamento

Inibidores da bomba de protões (como omeprazol e lansoprazol*) e agonistas do receptor H2 da histamina são usados para diminuir a secreção ácida.
Se possível, os tumores devem ser removidos cirurgicamente ou tratados com quimioterapia.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Linite plástica ou doença de Brinton

A linite plástica ou doença de Brinton é um tipo específico de tumor observado no câncer gástrico - adenocarcinoma difuso indiferenciado - que infiltra extensamente a parede gástrica. O estômago se transforma numa bolsa de paredes rígidas facilmente reconhecível à radiologia. Infiltra difusamente todas as camadas da parede e todas as regiões do estômago. O termo linite advém da infiltração da camada muscular. O contraste entre o tumor e os feixes musculares lembra fibras de linho. O órgão fica espessado, enrijecido e perde as pregas da mucosa. Há também redução da capacidade e perda dos movimentos peristálticos (daí o adjetivo 'plástica'). Histologicamente o tumor é muito indiferenciado, constituido por células soltas arredondadas, freqüentemente com vacúolo central contendo muco.
Classificado como tumor avançado, com classificação 4 de Bormann.
Tratamento com gastrectomia total com margens de 10 centímetros, linfadenectomia a D2 e término do estadiamento intraoperatório, com análise de líquido ascítico (se houver). QT e RDT não alteram a evolução.
Doentes com lesões do tipo linite plástica apresentam saciedade precoce devido à perda de distensibilidade gástrica. Sintomas típicos, nos casos de linite plástica, incluem náuseas e vómitos (61%), emagrecimento (58%), disfagia (46%) e dor abdominal (38%). A perfuração gástrica, embora rara, pode ser a forma de apresentação em 1 a 4% dos casos. Aproximadamente 2% das hemorragias digestivas altas são da responsabilidade do cancro gástrico. Síndromes paraneoplásicas são raras: manifestações cutâneas (acantose nigricans, queratose seborreica difusa ou sinal de Leser-Trelat) e hematológicas (síndrome de Trouseau, anemia hemolítica microangiopática). O exame físico é irrelevante até fases avançadas. Achados físicos clássicos representam doença metastática incurável: adenopatia supraclavicular esquerda de Virchow, nódulo periumbilical da Irmã Maria José, prateleira de Blumer (acessível ao toque rectal) e tumor de Krukenberg (metastização no ovário). Sinais de doença terminal incluem hepatosplenomegalia, icterícia, ascite, hematemeses, melenas, caquexia. Manifestações tardias abarcam perfuração, hemorragia, fístula gastrocólica e obstrução.
Paciente com queixas digestivas crônicas, perda de peso e massa epigástrica palpável tem como diagnóstico mais provável tumor maligno de estômago.
O exame físico de um paciente com câncer gástrico em estádios iniciais não revela dados objetivos para câncer. Quando o tumor é palpável, o câncer já se encontra em estádio avançado. O diagnóstico precoce do câncer gástrico é obtido através de exame endoscópico sistemático em:
• grupos de risco de câncer gástrico;
• pacientes com diagnóstico de gastrite e úlcera péptica, que não regridem com o tratamento adequado, no tempo previsto;
• pacientes com queixas dispépticas e história familiar de câncer gástrico; e em
• paciente com diagnóstico de lesões reconhecidamente pré-malignas.
A endoscopia digestiva alta não só permite o controle das situações mencionadas, como também permite, em caso de tumor, classificá-lo macroscopicamente e obter material para exame histopatológico.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Acloridria

 Acloridria, ou ausência de ácido clorídrico no suco gástrico, é definida como a incapacidade do pH gástrico em chegar abaixo de 4,0 sob estimulação máxima com pentagastrina. O distúrbio pode resultar de vários distúrbios e ser ou não reversívelA acloridria pode ser o resultado de vários processos subjacentes, tais como anemia perniciosa, tireopatia auto-imune, infecção por H.pylori ou mesmo uso prolongado de inibidores da bomba de prótons. A principal conseqüência da acloridria é o estímulo das células G antrais para liberar gastrina, que por sua vez estimula a mucosa e pode levar à hiperplasia de células enterocromafínicas.
O distúrbio não possui qualquer preferência por raça, sexo ou faixa etária. Já foi demonstrado que a acloridria leva ao supercrescimento bacteriano, mas a hipótese de que a acloridria pode levar ao desenvolvimento de câncer gástrico ainda é controversa.
A acloridria não produz qualquer sintoma ou alteração ao exame físico. O diagnóstico é essencialmente laboratorial.
O pH gástrico de jejum em indivíduos saudáveis é de cerca de 2,1 em homens e 2,7 em mulheres. Nos pacientes com hipocloridria ou acloridria, estes valores são de 7,4 e 7,6 em media, respectivamente. O ideal é realizar a aferição durante um período de 24h. Nem todo paciente com suspeita de acloridria deve ser submetido à documentação da baixa produção de ácido.
A acloridria também pode ser documentada através de níveis séricos extremamente baixos de pepsinogênio e aumento dos níveis de gastrina. A endoscopia digestiva alta está indicada logo no princípio da abordagem propedêutica para excluir a possibilidade de carcinóide gástrico.
A acloridria resultante do uso prolongado de inibidores da bomba de prótons pode ser tratada simplesmente com redução ou suspensão do medicamento.
A acloridria associada à infecção por H.pylori em geral responde bem à erradicação da bactéria, mas em alguns pacientes o retorno da secreção ácida gástrica é apenas parcial. Nas doenças auto-imunes (p.ex.: anemia perniciosa), a secreção ácida não pode ser restaurada caso já tenha ocorrido destruição da mucosa secretora. É importante oferecer suplementos de vitamina B12 a estes pacientes.
As principais complicações da acloridria incluem hipergastrinemia, gastrite atrófica e aumento do risco para hiperplasia de células enterocromafínicas e carcinóide gástrico (a maioria dos especialistas acredita não ser necessário realizar endoscopias regulares por este motivo).
O efeito da hipergastrinemia em relação ao adenocarcinoma colorretal ainda é motivo de discussão.
A gastrite atrófica é um reconhecido precursor do carcinoma gástrico.

Estômago: Patologia - Hipocloridria

A hipocloridria é caracterizada por uma diminuição na secreção de ácido clorídrico no estômago (substância que promove a digestão dos alimentos e ativação para absorção de alguns minerais) levando a uma inflamação no tecido do estômago, aumento na produção de bactérias nocivas como a Helitobacter Pylori (bactéria presente em gastrites bacterianas), má digestão, diminuição na absorção de ácido fólico, ferro, zinco e vitamina B12.
Esta hipocloridria leva a alguns sintomas importantes como queimação, azia, distensão abdominal (barriga fica inchada), diarréia ou constipação (intestino preso), sensação de empachamento após comer, mau hálito, restos de comida nas fezes e língua branca.
A hipocloridria é causada por inúmeros fatores como doenças auto-imunes, nutrição deficiente em zinco e vitamina B6, excesso de gorduras e açúcares, alimentação com exageros, estresse, ingestão de bebidas alcoólicas e uso de medicamentos como omeprazol continuamente.
Fala-se muito que a gastrite é uma inflamação no estômago e que é diagnosticada com exames de endoscopia.
A hipocloridria leva a gastrite por sérios fatores como: se não há suco digestivo suficiente (ácido clorídrico), não haverá digestão correta dos alimentos, principalmente de proteínas.

Estômago: Patologia - Hipercloridria

Conhecida vulgarmente por "acidez estomacal"  é provocada por secreção excessiva de ácido clorídrico gástrico. Pode manifestar-se clinicamente através de perturbações como regurgitações ácidas, ardor (azia, pirose) ou dores gástricas.
O aumento de secreção do ácido clorídrico ocorre normalmente por distúrbios de stress ou emocionais, pois quando ficamos extremamente ansiosos com problemas emocionais ficamos mais sujeitos a hipercloridria. Com o excesso de ácido no tubo digestivo superior é uma das principais causas de esofagites de refluxo, gastrites e úlceras gastroduodenais.
A hipercloridria provoca dores que ocorrem, geralmente, após as refeições, acompanhadas também de náuseas, azia e vômitos. O tratamento combina antiácidos e remédios que diminuam a secreção de ácido clorídrico, porém a cura só vem com a modificação das condições e hábitos de vida. Já a alteração da motilidade esta diretamente relacionada com o emocional, em ansiosos podem ocorrer diarréia e prisão de ventre sem que haja causa orgânica: Enterocolopatia Funcional ou Idiopática são alterações do funcionamento do intestino relacionados ao aspecto psicológico.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Gastroparesia

A gastroparesia ou atraso do esvaziamento gástrico é um transtorno no qual o estômago demora demasiado tempo para esvaziar seu conteúdo. A gastroparesia se desenvolve quando se lesam os nervos do estômago. O nervo vago controla o movimento da comida ao longo de todo o trato digestivo. Se esse fica lesado devido a neuropatia autonomica, o nervo vago, os músculos do estômago e do intestino não trabalham normalmente e o transporte da comida se retarda ou se detém completamente.

O diabetes pode lesar o nervo vago se os níveis de glicose no sangue (açúcar no sangue) permanecem elevados durante um longo período de tempo. Os níveis elevados de glicose no sangue causam mudanças químicas nos nervos e lesam os vasos sanguíneos que transportam o oxigênio e os nutrientes aos nervos.
 
A causa mais comum da gastroparesia é o diabetes. O diabetes pode lesar o nervo vago se os níveis de glicose no sangue (açúcar no sangue) permanecem elevados durante um longo período de tempo. Os níveis elevados de glicose no sangue causam mudanças químicas nos nervos e lesam os vasos sanguíneos que transportam o oxigênio e os nutrientes aos nervos.

Sintomas:

Os sinais e sintomas da gastroparesia são:

·        Acidez
·        Inchaço abdominal
·        Náuseas
·        Vômitos de comida não digerida
·         Sensação de plenitude gástrica pouco depois de começar a comer
·        Perda de peso devido a baixa absorção dos nutrientes
·        Níveis de glicose no sangue alterados
·        Falta de apetite
·        Refluxo gastroensofágico
·        Espasmos na parede do estômago

Contribuem para estes sintomas, alimentos sólidos ou com alta quantidade de fibras como frutas e vegetais crus, alimentos gordurosos, ou ainda bebidas com alto teor alcoólico.

Estes sintomas podem ser leves ou graves, dependendo de cada pessoa.

Complicações:

Se a comida permanece longo tempo no estômago pode produzir um grande crescimento das bactérias da flora intestinal por causa da fermentação dos alimentos. 

Assim mesmo, os alimentos podem endurecer-se para formar massas sólidas, que podem causar náuseas, vômitos e obstrução gástrica. Isto é perigoso porque pode chegar a bloquear a passagem dos alimentos para o intestino delgado. A gastroparesia também pode atrapalhar o tratamento do diabetes ao aumentar a dificuldade para controlar a glicose no sangue. Quando os alimentos chegam ao intestino delgado e são absorvidos, os níveis de glicose no sangue aumentam. Já que a gastroparesia torna imprevisível o esvaziamento gástrico, os níveis de glicose no sangue da pessoa ficam alterados e difíceis de controlar.

Tratamento:

O tratamento para a gastroparesia depende da severidade dos sintomas. Por ser na maioria dos casos uma doença crônica, a gastroparesia não tem cura. O tratamento ajuda o paciente a se sentir o mais saudável e confortável possível.

Diabetes e Gastroparesia:

O principal objetivo do tratamento da gastroparesia relacionada com o diabetes é a manutenção do controle dos níveis de glicose no sangue. O tratamento inclui: mudanças na dieta, nas doses de  insulina e medicamentos orais, e, nos casos mais graves, a alimentação através da sonda nasogástrica ou por via intravenosa (nutrição parenteral).
Se você tem gastroparesia a comida é absorvida mais devagar e em horários imprevisíveis. Para controlar a glicose no sangue, você talvez tenha que:

·        Tomar a insulina mais vezes ou até mudar o tipo de insulina que você toma.
·        Tomar a insulina após comer ao invés de antes.
·        Medir freqüentemente  o seu nível de glicose após as refeições e administrar a insulina sempre que necessário.

Estômago: Patologia - Gastralgia (Dor de estômago)

Um terço da população, na sua maioria mulheres, sofre regularmente de gastralgia, ou seja, dores de estômago. Estas perturbações, a maior parte das vezes, não têm gravidade. Mas não hesite em consultar um especialista se os sintomas persistirem.
Perturbações do comportamento alimentar favorecem os refluxos - As pessoas que têm problemas alimentares ligados ao stress ou a perturbações psicológicas graves são frequentemente afectadas por regurgitações ácidas. Assim, a bulimia é amiúde acompanhada de pirose. Estas disfunções digestivas são frequentemente negligenciadas. O médico deve identificá-las, porque os pacientes não as referem espontaneamente. Uma vez identificadas, é fácil tratá-las.
Refeições muito pesadas ou ingeridas rapidamente, pressão profissional, preocupações familiares, problemas financeiros. Inúmeras circunstâncias podem influenciar a digestão e desencadear perturbações estomacais.
Geralmente, este órgão contrai-se apenas o necessário para formar o bolo alimentar, que é, em seguida, alterado pelo suco gástrico. Uma etapa essencial que permite a absorção posterior dos alimentos pelo intestino delgado.
Segregado diariamente, o suco gástrico compõe-se de uma mistura de enzimas digestivas e ácido clorídrico. Portanto, o conteúdo do estômago é ácido. Mas a natureza previu dois meios de protecção: uma camada de muco isola a mucosa do estômago e a sua parte superior está munida de uma pequena válvula anti-refluxo que impede as regurgitações de ácido para a boca.
Infelizmente, esta bela organização pode ser perturbada pelos maus hábitos alimentares ou pela tensão acumulada. Aparece, então, todo um cortejo de perturbações mais ou menos incômodas que não devem ser negligenciadas, sob pena de vir a transformar-se em verdadeira doença.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Doença do refluxo gastro-esofágico

Doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE) é um conjunto de queixas que acompanha alterações no esôfago resultantes do refluxo (retorno) anormal do conteúdo estomacal, naturalmente ácido, para o esôfago.
O esôfago do adulto é um canal de 35 a 40 cm, que liga a boca ao estômago. Ele é elástico e na espessura de sua parede contém camadas musculares recobertas internamente por uma delicada pele com o nome de mucosa, parecida com o revestimento da boca. O início do esôfago fixa-se na parte inferior da garganta, desce pelo mediastino e cruza o diafragma através de um orifício chamado hiato, poucos centímetros antes de se abrir no estômago. O mediastino é a região entre os dois pulmões e o diafragma; é uma calota muscular que divide o tórax do abdome. O esôfago tem ligamentos para prendê-lo junto ao hiato diafragmático e que contribuem para formar um tipo de válvula de retenção para impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
Quando o esôfago desliza para cima mais que 2 a 3 cm., traciona o estômago e ambas as estruturas se deslocam para o tórax. Decorre dessa alteração anatômica a Hérnia Hiatal que, por sua vez, prejudica a válvula anti-refluxo. Quando o conteúdo do estômago, em geral muito ácido, atinge a mucosa esofágica, este tecido reage - inflama - originando a Esofagite de Refluxo.
A azia é a principal queixa e raramente não ocorre. Seu nome técnico é pirose. Pode piorar, por exemplo, quando se dobra o peito sobre a barriga e quando se deita com o estômago cheio. É referida como ardência ou queimação, em algum ponto entre a "boca do estômago" e o queixo, correndo por trás do esterno, o "osso do peito". A azia pode ser tão intensa como uma dor no peito, causando impressão de infarto cardíaco. Pode ocorrer também um aumento da salivação, a sialorréia, que é um reflexo natural porque a deglutição dessa saliva alivia a queimação, como se fosse um antiácido natural.
A regurgitação é a percepção da volta do conteúdo estomacal no sentido da boca, sem enjôo ou vômito, freqüentemente, com azedume ou amargor. Não raro determina tosse, pigarro e alterações da voz. O engasgo - tosse forte e súbita, atrapalhando a respiração - pode despertar do sono e representar uma situação de refluxo gastro-esofágico. A ocorrência de falta de ar com chiado no peito, como a asma, pode ser desencadeada pelo refluxo.
Sensações, desde bola na garganta e desconforto ao engolir até fortes dores em aperto - espasmos - no meio do peito, representam uma desorganização das contrações faringo-esofágicas responsáveis por levarem ao estômago aquilo que ingerimos. Esses sintomas são considerados complicações do refluxo e levam o nome geral de dismotricidade esofágica.
Na criança, ainda no primeiro ano de vida, pode ocorrer um refluxo gastro-esofágico excessivo, levando à devolução da mamada, a engasgos, a choro excessivo, a sono interrompido e quando repetitivo, predispõe a infecções e distúrbios respiratórios.
O relato do paciente adulto jovem pode levar ao diagnóstico, sem necessidade de exames num primeiro evento.
A radiografia da transição esofagogástrica, enquanto se deglute um contraste rádio-opaco, pode demonstrar tanto a hérnia, quanto o refluxo.
A Endoscopia Digestiva Superior é um exame para visualizar o esôfago, estômago e duodeno, passando um fino feixe de fibras óticas através da boca. A evolução da qualidade dos equipamentos, da eficiência da anestesia local da garganta, a eficácia e a segurança da sedação do paciente, tornaram a endoscopia um exame simplificado, do qual se acorda “sem ressaca”. Além disto, pode ser repetida para controle de resultado de tratamento e, mais recentemente, para procedimentos terapêuticos especiais. Uma tela recebe e amplifica com nitidez as imagens das áreas sob inspeção direta, permitindo também fotos e filmes para reexaminar os achados. Pode mostrar a incompetência da válvula de retenção gastro-esofágica e a hérnia. O mais importante é que permite ver manchas vermelhas, placas branquicentas e úlceras, principalmente na mucosa do esôfago inferior, sugestivas de graus variados da Esofagite de Refluxo. A endoscopia facilita a coleta de material destas lesões para exame microscópico, no qual se pode definir a inflamação, avaliar um potencial cancerígeno e até diagnosticar o câncer.
A Cintilografia do trânsito esôfago-gástrico é um método que tem sido usado mais na criança. Administra-se uma mamadeira normal, contendo uma quantidade inofensiva de substância radioativa. A cintilografia capta e registra imagens da radioatividade descendo para o estômago ou do estômago refluindo para o esôfago. É uma metodologia não invasiva, indolor e ambulatorial. Entretanto, nem sempre capta o refluxo, pois este não é permanente.
O estudo da pressão interna ao longo do esôfago (Manometria) e a verificação do refluxo da acidez do estômago para o esôfago (pHmetria de 24 horas) detectam variações naturais e anormalidades capazes de diagnosticar a DRGE. São métodos que chegaram à rotina clínica há relativamente poucos anos. Precisam ser usados quando os demais tem resultados insatisfatórios e para estudar parâmetros antes e depois do eventual tratamento cirúrgico da doença do refluxo.
Em geral, o tratamento é clínico, com medidas educativas associadas aos medicamentos. A vídeo-laparoscopia vem facilitando o método cirúrgico, aplicado a casos selecionados, com resultados muito bons.
Além de combater a obesidade, é importante evitar grandes volumes às refeições e de deitar nas primeiras duas horas seguintes. Algumas pessoas beneficiam-se de dormir numa cama elevada pelos pés da cabeceira, em 20 a 25 cm. Outras, não se adaptam à posição: incham os pés, doem as costas, etc. Há controvérsias sobre restrição de diversos alimentos, particularmente, cítricos, doces e gordurosos. Ajudam no controle dos sintomas, algumas medidas, como: evitar a bebida alcoólica, não deglutir líquidos muito quentes, ingerir um mínimo de líquidos durante ou logo após as refeições, evitar a ingestão de chá preto e café puro com estômago vazio.
Os medicamentos mais usados são os que diminuem o grau da acidez no estômago (os populares antiácidos) e aqueles que inibem a produção de ácido pelas células do estômago ("antiácidos sistêmicos"). Outros remédios de um grupo chamado de pró-cinéticos destinam-se a facilitar o esvaziamento do conteúdo estomacal para o intestino, minimizando a quantidade capaz de refluir para o esôfago.
Uma queixa importante dos pacientes é a recidiva dos sintomas, particularmente da azia, poucos dias após o término dos medicamentos. Nesse momento, surge a questão do tratamento por tempo indeterminado ou do tratamento cirúrgico.
Vale dizer que o tratamento clínico combate muito bem os sintomas, mas não modifica a hérnia hiatal e poucas vezes muda o refluxo gastro-esofágico, propriamente dito.
Na prática clínica há a prevenção da recidiva dos sintomas, que se resume no seguimento das medidas ditas educativas instituídas quando do primeiro tratamento.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Gastrite

O estômago é um tipo de bolsa que recebe o que ingerimos. Internamente, é forrada por mucosa, uma camada rosada parecida com a que temos em nossa boca.
Gastrite é a inflamação da mucosa do estômago e, muitas vezes, tem diferente significado para os leigos e para os médicos.
O público, freqüentemente, usa o termo gastrite como queixa, representando vários desconfortos relacionados com o aparelho digestivo.
O médico, após examinar o paciente e fazer os exames necessários, conclui que existe gastrite, inclusive, muitas vezes sem sintomas e outras vezes em que não existe significado clínico destacável.
As gastrites podem ser agudas ou crônicas.
Gastrite aguda
Gastrites agudas permitem uma abordagem mais simplificada, por serem de aparecimento súbito, evolução rápida e facilmente associadas a um agente causador.
Medicamentos, infecções e estresse físico ou psíquico podem levar à uma gastrite aguda.
 
  • Ácido acetil-salicílico (aspirina, AAS), antiinflamatórios não esteróides, corticóides, bebidas alcoólicas e a ingestão acidental ou suicida de certas substâncias corrosivas são exemplos de agentes agressores.
  • Alimentos contaminados por germes, como bactérias, vírus, ou por suas toxinas são causa freqüente de inflamação aguda do estômago, como parte de uma infecção, genericamente conhecida como gastroenterite aguda.
  • Situação bastante conhecida é a hemorragia digestiva superior aguda, com vômitos e evacuações com sangue.
  • A hemorragia digestiva pode ocorrer como complicação de situações graves como o estresse pela longa permanência dos doentes em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em períodos pós-operatórios, em pacientes com queimaduras em extensas áreas do corpo, em politraumatizados ou em pacientes com infecção generalizada (chamada de septicemia).

Gastrite crônica
Em relação à gastrite crônica, também, existe muita confusão, principalmente no que se refere aos sintomas e à relação com os agentes causadores. 

 

  • Sabe-se que a bactéria Helicobacter pylori pode determinar uma gastrite crônica.
  • Na gastrite crônica atrófica, situação em que diminuem muito as células da mucosa do estômago, existe considerável redução na produção do ácido gástrico, que é importante para a "esterilização" do que ingerimos e para a digestão dos alimentos.
  • Por vezes, a bile que o fígado descarrega na porção inicial do intestino delgado (chamado de duodeno), reflui para o estômago, causando inflamação crônica.

Estes fatores, atuando isoladamente ou em conjunto, podem determinar gastrite crônica.

A maioria dos casos crônicos não apresenta sintomas.
Já na gastrite aguda, quando existem queixas, são muito variadas:
 
  • dor em queimação no abdômen
  • azia
  • perda do apetite
  • náuseas e vômitos
  • sangramento digestivo, nos casos complicados, demonstrado pela evacuação de fezes pretas (melena) e/ou vômitos com sangue (hematêmese).

Por deficiência de absorção de Vitamina B12 e ácido fólico, pode ocorrer anemia manifestada por:
 
  • fraqueza
  • ardência da língua (glossite)
  • irritação dos cantos dos lábios (comissurite)
  • diarréia
  • mais raramente, alterações neurológicas envolvendo memória, orientação e coerência, quadro clínico relacionado à gastrite atrófica.


Na gastrite aguda, baseando-se na história clínica, sendo em geral desnecessário exames.
Na suspeita de complicações, como a hemorragia, a endoscopia digestiva alta é o exame indicado. A endoscopia é um exame que permite enxergar diretamente a mucosa, mostrando alterações sugestivas de algum tipo de gastrite.
Entretanto, 40% dos casos de gastrite crônica nada mostram.
Por isso, considera-se que o diagnóstico das gastrites crônicas é, fundamentalmente, histológico, ou seja, pelo exame microscópico de fragmentos da mucosa colhidos por pinça de biópsia que passa através do próprio endoscópio.

O tratamento está relacionado ao agente causador.
 
  • Nos casos de gastrite aguda associada ao uso de medicações antiinflamatórias, sua suspensão e/ou substituição, associada ao uso de medicamentos que neutralizem, que inibam ou bloqueiem a secreção ácida do estômago, é o tratamento básico.
  • A endoscopia, mais utilizada nos casos de gastrite aguda acompanhada de sangramento, além de poder fazer o diagnóstico, pode interromper a hemorragia aplicando variados tratamentos locais.
  • Não há consenso sobre a vantagem de tratar a bactéria Helicobacter pylori quando há gastrite sem úlcera, pois não tem sido observada uma melhora significativa dos sintomas digestivos.


  Para se prevenir deve-se:
  • Evitar o uso de medicações irritativas como os antiinflamatórios e a aspirina.
  • Evitar o abuso de bebidas alcoólicas e do fumo.
  • Existem controvérsias quanto ao hábito da ingestão de café e chá preto influir nas gastrites, por isso o seu consumo deverá depender da tolerância individual.
  • A melhoria das condições sanitárias, do tratamento da água de consumo doméstico, da higiene pessoal (lavar as mãos antes de tocar alimentos), dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos, faz decrescer significativamente as vítimas das toxinfecções alimentares (gastroenterites).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Dispepsia

A dispepsia, vulgarmente designada por má digestão, é constituída por um conjunto de sintomas surgidos na porção central do abdómen, acima do umbigo.

Causas
A dispepsia tem muitas causas. Porém, as mais habituais e mais rapidamente associadas à patologia são:

  • Engolir ar (aerofagia)
  • Regurgitação (refluxo) de ácido proveniente do estômago
  • Irritação do estômago (gastrite)
  • Úlcera gástrica ou duodenal
  • Cancro do estômago
  • Inflamação da vesícula biliar (colecistite)
  • Intolerância à lactose (impossibilidade de digerir o leite e os produtos lácteos)
  • Perturbações da motilidade intestinal (por exemplo, síndroma do intestino irritável) Ansiedade ou depressão

No entanto, o aparecimento de dispepsia pode resultar de diferentes patologias digestivas, em particular de doenças que afectam o estômago e duodeno. Uma das situações mais representativas é a úlcera péptica, uma ferida do revestimento interno destes órgãos. Esta doença pode resultar da toma de certos medicamentos, como sejam os anti-inflamatórios e a aspirina. Pode, por outro lado, ser causada pela infecção do estômago por uma variante mais agressiva duma bactéria frequente, o Helicobacter pylori.
Em alguns doentes, os sintomas podem ter origem noutros órgãos, surgindo, por exemplo, em consequência de doença do pâncreas ou de cálculos biliares. É relativamente raro, especialmente em pessoas com idade inferior a 45-50 anos, que a dispepsia esteja relacionada com doenças malignas, designadamente com o cancro gástrico. Em muitos casos a dispepsia corresponde apenas a uma perturbação do funcionamento digestivo, a qual pode surgir mesmo sem doenças subjacentes. Estas situações são designadas por dispepsia funcional.

Sintomas
A dispepsia engloba dois subgrupos distintos de queixas: por um lado, a sensação de dor ou ardor na região do estômago e, por outro, a ocorrência de dificuldade de digestão, seja traduzida por saciedade precoce, seja manifestada por enfartamento pós-prandial.
Por saciedade precoce entende-se a sensação de preenchimento rápido do estômago após início da refeição, desproporcional à quantidade de alimentos ingeridos e impedindo a continuação da refeição.
O enfartamento pós-prandial corresponde à sensação desagradável de persistência prolongada dos alimentos no estômago.
A dor e o mal-estar na parte superior do abdómen ou no peito pode ser acompanhada de arrotos e de ruídos abdominais ampliados (borborigmos). Nalgumas pessoas, a ingestão de alimentos agrava a dor, a outras alivia-a. Outros sintomas incluem perda de apetite, náuseas, prisão de ventre, diarreia e flatulência.

Tratamento
Quando as queixas são desencadeadas por este ou aquele alimento e, é muito frequente isso acontecer, o nosso médico recomenda-nos que durante algum tempo retiremos esse alimento ou esses alimentos da dieta. O beneficio desta atitude é com frequência temporário e de pouco valor.
Sempre que possível, devemos fazer uma alimentação variada. Uma vida calma, com refeições agradáveis, sem grandes quantidades de alimento, ingeridos sem pressa pode ajudar a aliviar os sintomas.
Durante um curto período de tempo pode experimentar-se a administração dum anti-ácido ou dum bloqueador dos receptores H2, como a cimetidina, a ranitidina ou a famotidina. Se a pessoa tiver uma infecção por Helicobacter pylori na mucosa do estômago, o médico normalmente prescreve subsalicilato de bismuto e um antibiótico como a amoxicilina ou o metronidazol.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Teste: Você tem Qualidade de Vida ?

Para animar um pouco a semana, que andou um pouco estressante, vou postar um teste bem interessante.
Esse teste foi elaborado pela CPH Tecnologia em Saúde, empresa voltada para o desenvolvimento de projetos na área de promoção de saúde e qualidade de vida, possibilita uma avaliação de seu nível de qualidade de vida.


Qualidade de Vida é mais do que ter uma boa saúde física ou mental. É estar de bem com você mesmo, com a vida, com as pessoas queridas, enfim, estar em equilíbrio.

Isso pressupõe muitas coisas; hábitos saudáveis, cuidados com o corpo, atenção para a qualidade dos seus relacionamentos, balanço entre vida pessoal e profissional, tempo para lazer, saúde espiritual etc.

Ser competente na gestão da própria saúde e estilo de vida deveria fazer parte das prioridades de todos.

Clique
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Estômago: Patologia - Câncer

Peço desculpas por ter ficado um pouco ausente esses dias, mas estou de volta! Hoje vou falar um pouco sobre câncer no estômago.

O tecido que reveste o estômago é composto por quatro camadas: a interna, chamada mucosa, contém as glândulas secretoras de pepsina e de ácido hidroclorídrico.
A próxima camada é a submucosa, que dá sustentação à mucosa. A terceira, é formada por músculos que se contraem para ajudar os sucos gástricos a homogeneizar o alimento. A última camada, chamada serosa, recobre todo o estômago.
A incidência de câncer de estômago tem diminuído consideravelmente nos últimos trinta anos, principalmente nos países ocidentais. Não se sabe bem o porquê, mas estudos têm sugerido que isso se deve ao desenvolvimento de métodos mais apropriados de conservação dos alimentos.
A ocorrência de câncer de estômago é duas vezes maior em homens do que em mulheres e costuma acometer pessoas acima de 50 anos de idade.
Suas causas exatas ainda não são conhecidas, mas pessoas que sofrem de distúrbios gástricos provocados por uma bactéria chamada Helicobacter pylorii parecem estar mais suscetíveis a desenvolvê-lo, bem como as que sofrem de anemia perniciosa, que resulta em uma deficiência de vitamina B12. A propensão hereditária de formação de pólipos no estômago também pode ser um fator de risco

Sinais e sintomas mais freqüentes

O câncer de estômago é curável, na maioria dos casos, quando detectado em sua fase inicial. Entretanto, sua detecção precoce é relativamente difícil, uma vez que no começo, não costuma apresentar sintomas.
Quando ocorrem, os mais comuns são:
  • Repetidos episódios de indigestão
  • Perda de apetite
  • Dificuldades para engolir
  • Perda de peso
  • Inchaço abdominal após as refeições
  • Náuseas constantes
  • Azia persistente
  • Sangue nas fezes ou fezes escuras demais
Estes sintomas são comuns em muitas outras situações; a maioria das pessoas que os apresentam não tem câncer de estômago. Entretanto, é importante relatá-los ao médico para tratar suas causas.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico definitivo de câncer de estômago só é possível por meio de uma biópsia. Geralmente ela é feita durante uma endoscopia, procedimento que é feito por um médico gastroenterologista, que introduz pela boca do paciente um tubo fino contendo um telescópio na extremidade que desce pelo esôfago até atingir o estômago.
Com este aparelho o médico é capaz de visualizar o interior do estômago e colher uma pequena amostra de tecido para ser examinada pelo patologista, à luz do microscópio.
Se o diagnóstico de câncer for confirmado, o médico solicitará outros exames, tais como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para verificar se o câncer se espalhou para outros órgãos.

Como o câncer de estômago se desenvolve

O processo inicia-se na primeira camada do estômago - na mucosa. À medida que cresce, o tumor vai se instalando nas camadas seguintes até ultrapassar as paredes do estômago e alcançar órgãos adjacentes como o pâncreas e o baço.
Posteriormente, ele pode atingir os gânglios linfáticos mais próximos e, através da circulação linfática, instalar-se em locais mais distantes, dando origem a metástases.

Tratamentos

O fator que determinará o tipo de tratamento a ser aplicado é o estágio da doença. Em outras palavras, vai depender de quanto o câncer evoluiu.
  • Cirurgia
É o método de tratamento mais importante. A extensão da operação vai depender de quanto e para onde o tumor se espalhou. Quando o tumor está restrito ao estômago, pode ser completamente removido cirurgicamente, com uma gastrectomia total ou parcial (retirada total ou parcial do estômago). Quando o tumor já atingiu outras estruturas, a cirurgia pode incluir a remoção de partes do pâncreas, baço ou fígado.
  • Radioterapia
Costuma ser a opção de tratamento posterior à cirurgia, quando o tumor não pôde ser completamente extraído.
Pode também ser empregado para diminuir tumores que estão obstruindo o trânsito digestivo e, ainda, para aliviar dores e sangramentos.
  • Quimioterapia
Até o momento, as drogas quimioterápicas conhecidas para combater o câncer de estômago não têm apresentado resultados satisfatórios, na maioria dos casos.
Algumas drogas novas estão em fase de testes, assim como o uso combinado de algumas já conhecidas. Se o seu médico considerar que o seu caso pode ser elegível para uma das pesquisas clínicas em andamento, ele irá conversar com você sobre os riscos e benefícios que você poderá obter com eles.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Teste: Psicológico

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Úlcera

A úlcera é uma lesão do revestimento (mucosa) do esôfago, estômago ou duodeno, que é a porção inicial do intestino.
O estômago, intestinos e glândulas digestivas produzem substâncias que são responsáveis pela digestão dos alimentos que ingerimos, dentre elas, o ácido clorídrico e a pepsina. Durante muito tempo o entendimento desta doença foi baseado em duas crenças: "sem ácido, não há úlcera" e "uma vez ulceroso, sempre ulceroso". Com base nestes princípios a definição era de uma doença crônica de longa duração, com períodos variáveis de atividade e de acalmia e que só ocorria na presença de ácido e pepsina, portanto, somente em áreas banhadas por estas substâncias, como o estômago e duodeno.
Com o tempo descobriu-se que o ácido não era o único responsável pelo aparecimento das úlceras e que havia outros agressores. Os principais em relação à mucosa do estômago e do duodeno são a bactéria chamada Helicobacter pylori e os medicamentos antiinflamatórios e aspirina. Os mecanismos de proteção do aparelho digestivo (produção de muco e de neutralizantes) agem como uma barreira contra agentes agressores da mucosa e tem sua função muito prejudicada pelos antiinflamatórios e pelo cigarro. O fumo facilita o aparecimento da úlcera e dificulta sua cicatrização. Além disto, a úlcera péptica é resultante do desequilíbrio entre os fatores agressores e protetores.
A manifestação mais comum da úlcera é a dor, tendo quatro características fundamentais, que auxiliam no diagnóstico, tais como: tipo, localização, ritmo e periodicidade. A dor, em geral, é referida como uma queimação e, às vezes, como dor de fome. Na maioria das vezes, localiza-se "na boca do estômago", podendo o paciente apontar com o dedo o ponto doloroso. A ritmicidade é entendida pelo alívio da dor com a alimentação, sendo descrita como do tipo "dói, come e passa". Outra característica marcante da dor, principalmente da úlcera duodenal, é sua ocorrência à noite, acordando o paciente durante a madrugada, quase sempre na mesma hora e que alivia com a ingestão de leite, antiácidos ou mesmo de água. É freqüente a repetição das queixas numa mesma época do ano o que é entendido como periodicidade. Outros sintomas podem ocorrer como enjôo, vômitos e plenitude (sensação de peso ou estufamento no estômago) após as refeições. A azia, apesar de não ser diretamente causada pela úlcera, está associada em muitos casos.
Pode acontecer da úlcera não causar sintomas e a primeira manifestação ser uma complicação da doença como o sangramento e a perfuração. Quando ocorre o sangramento o paciente nota fezes pretas, brilhantes, moles e particularmente mal cheirosas (melena) e/ou vômito com sangue vivo ou tipo borra de café (hematêmese).
Basicamente através das queixas do paciente e sua confirmação pela endoscopia digestiva, ou quando esta não está disponível, pelo Raio-X contrastado do Estômago e Duodeno. Outros exames são complementares ao exame endoscópico, como a retirada de um fragmento da úlcera (biópsia) para exame microscópico. Este informará o grau de inflamação nesta região, a presença do Helicobacter pylori e a natureza benigna ou maligna da úlcera, pois algumas são causadas por câncer.
São utilizados antiácidos para neutralizar o excesso de ácido existente no estômago ou para inibir sua secreção. Os primeiros são representados por tradicionais pastilhas e líquidos brancos contendo sais de magnésio e alumínio, enquanto os outros são administrados através de comprimidos, cápsulas ou injeções. Esses remédios também têm a função de aliviar os sintomas. O uso de medicamentos já descritos como agressivos deve ser interrompido. Completando, trata-se de eliminar o Helicobacter pela administração associada de dois ou três antibióticos.
Sabe-se que a eliminação do Helicobacter pylori com o uso de antibióticos associados a inibidores da secreção ácida resulta, na maioria dos ulcerosos, na cura da doença e que, nas pessoas nas quais a bactéria é eliminada, a taxa de recidiva, isto é, o retorno da úlcera é insignificante. Além disto, o uso indiscriminado de antiinflamatórios deve ser combatido. Quando necessários, devem ser usados com supervisão do médico, que poderá prescrever medicamentos que visam evitar a úlcera. Desestimular o fumo também constitui uma ótima atitude preventiva.
As restrições alimentares não parecem úteis na prevenção da úlcera péptica.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Orgão - Estômago


O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a decomposição dos alimentos. Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por ângulos agudos.

Segmento superior

O segmento superior é o mais volumoso, chamado "porção vertical". Este, compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena tuberosidade.

Segmento inferior

O segmento inferior é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o cárdia.

As túnicas do estômago

O estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.
Esquema do Estômago (por dentro)

Suco gástrico

O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco e várias enzimas, como a pepsina, a renina e a lipase. A pepsina, na presença de ácido clorídrico, quebra as moléculas de proteínas em moléculas menores. A renina coagula o leite, e a lipase age sobre alguns tipos de gordura. A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12.

Doenças do estômago

As doenças e problemas gástricos do estômago são numerosos:
  • úlcera
  • câncer
  • a dispepsia (indigestão gástrica)
  • tumores malignos e benignos (raros)
  • gastrite
  • afecções decorrentes das cicatrizes das úlceras curadas
  • Dispepsia (perturbação da digestão)
  • DRGE ou Doença de refluxo gastroesofágico
  • Gastralgia (dores de estômago)
  • Gastroparesia (atraso no esvaziamento do estômago sem obstrução mecânica)
  • Hipercloridria (conhecida vulgarmente por "acidez estomacal" - é provocada por secreção excessiva de ácido clorídrico gástrico)
  • Hipocloridria (baixa secreção de ácido clorídrico gástrico)
  • Acloridria (não existência de ácido clorídrico gástrico)
  • Linite plástica ou Doença de Brinton (forma de cancro que se difunde por todo o estômago)
  • Pirose (conhecida vulgarmente por "azia")
  • Síndrome de Zollinger-Ellison (secreção excessiva de ácido clorídrico gástrico devido a um tumor do pâncreas)
  • Úlcera péptica  
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