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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Estômago: Patologia - Linite plástica ou doença de Brinton

A linite plástica ou doença de Brinton é um tipo específico de tumor observado no câncer gástrico - adenocarcinoma difuso indiferenciado - que infiltra extensamente a parede gástrica. O estômago se transforma numa bolsa de paredes rígidas facilmente reconhecível à radiologia. Infiltra difusamente todas as camadas da parede e todas as regiões do estômago. O termo linite advém da infiltração da camada muscular. O contraste entre o tumor e os feixes musculares lembra fibras de linho. O órgão fica espessado, enrijecido e perde as pregas da mucosa. Há também redução da capacidade e perda dos movimentos peristálticos (daí o adjetivo 'plástica'). Histologicamente o tumor é muito indiferenciado, constituido por células soltas arredondadas, freqüentemente com vacúolo central contendo muco.
Classificado como tumor avançado, com classificação 4 de Bormann.
Tratamento com gastrectomia total com margens de 10 centímetros, linfadenectomia a D2 e término do estadiamento intraoperatório, com análise de líquido ascítico (se houver). QT e RDT não alteram a evolução.
Doentes com lesões do tipo linite plástica apresentam saciedade precoce devido à perda de distensibilidade gástrica. Sintomas típicos, nos casos de linite plástica, incluem náuseas e vómitos (61%), emagrecimento (58%), disfagia (46%) e dor abdominal (38%). A perfuração gástrica, embora rara, pode ser a forma de apresentação em 1 a 4% dos casos. Aproximadamente 2% das hemorragias digestivas altas são da responsabilidade do cancro gástrico. Síndromes paraneoplásicas são raras: manifestações cutâneas (acantose nigricans, queratose seborreica difusa ou sinal de Leser-Trelat) e hematológicas (síndrome de Trouseau, anemia hemolítica microangiopática). O exame físico é irrelevante até fases avançadas. Achados físicos clássicos representam doença metastática incurável: adenopatia supraclavicular esquerda de Virchow, nódulo periumbilical da Irmã Maria José, prateleira de Blumer (acessível ao toque rectal) e tumor de Krukenberg (metastização no ovário). Sinais de doença terminal incluem hepatosplenomegalia, icterícia, ascite, hematemeses, melenas, caquexia. Manifestações tardias abarcam perfuração, hemorragia, fístula gastrocólica e obstrução.
Paciente com queixas digestivas crônicas, perda de peso e massa epigástrica palpável tem como diagnóstico mais provável tumor maligno de estômago.
O exame físico de um paciente com câncer gástrico em estádios iniciais não revela dados objetivos para câncer. Quando o tumor é palpável, o câncer já se encontra em estádio avançado. O diagnóstico precoce do câncer gástrico é obtido através de exame endoscópico sistemático em:
• grupos de risco de câncer gástrico;
• pacientes com diagnóstico de gastrite e úlcera péptica, que não regridem com o tratamento adequado, no tempo previsto;
• pacientes com queixas dispépticas e história familiar de câncer gástrico; e em
• paciente com diagnóstico de lesões reconhecidamente pré-malignas.
A endoscopia digestiva alta não só permite o controle das situações mencionadas, como também permite, em caso de tumor, classificá-lo macroscopicamente e obter material para exame histopatológico.

Um comentário:

  1. Dr, minha mãe com 61anos tem linit plástica fizemos todos só falta o resultado da biópsia, tem cura, ela pode vim a falecer.

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