O distúrbio não possui qualquer preferência por raça, sexo ou faixa etária. Já foi demonstrado que a acloridria leva ao supercrescimento bacteriano, mas a hipótese de que a acloridria pode levar ao desenvolvimento de câncer gástrico ainda é controversa.
A acloridria não produz qualquer sintoma ou alteração ao exame físico. O diagnóstico é essencialmente laboratorial.
O pH gástrico de jejum em indivíduos saudáveis é de cerca de 2,1 em homens e 2,7 em mulheres. Nos pacientes com hipocloridria ou acloridria, estes valores são de 7,4 e 7,6 em media, respectivamente. O ideal é realizar a aferição durante um período de 24h. Nem todo paciente com suspeita de acloridria deve ser submetido à documentação da baixa produção de ácido.
A acloridria também pode ser documentada através de níveis séricos extremamente baixos de pepsinogênio e aumento dos níveis de gastrina. A endoscopia digestiva alta está indicada logo no princípio da abordagem propedêutica para excluir a possibilidade de carcinóide gástrico.
A acloridria resultante do uso prolongado de inibidores da bomba de prótons pode ser tratada simplesmente com redução ou suspensão do medicamento.
A acloridria associada à infecção por H.pylori em geral responde bem à erradicação da bactéria, mas em alguns pacientes o retorno da secreção ácida gástrica é apenas parcial. Nas doenças auto-imunes (p.ex.: anemia perniciosa), a secreção ácida não pode ser restaurada caso já tenha ocorrido destruição da mucosa secretora. É importante oferecer suplementos de vitamina B12 a estes pacientes.
As principais complicações da acloridria incluem hipergastrinemia, gastrite atrófica e aumento do risco para hiperplasia de células enterocromafínicas e carcinóide gástrico (a maioria dos especialistas acredita não ser necessário realizar endoscopias regulares por este motivo).
O efeito da hipergastrinemia em relação ao adenocarcinoma colorretal ainda é motivo de discussão.
A gastrite atrófica é um reconhecido precursor do carcinoma gástrico.
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