Agende agora uma avaliação gratuita!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Maurício Mattar pode escapar de operação com ajuda de fisioterapia


Maurício Mattar (Foto: Alessandra Gerzoschkowitz / EGO)
Maurício Mattar

O acidente de carro sofrido por Maurício Mattar no começo do mês de outubro ainda rende na vida do ator. A pancada que sofreu no joelho acabou se revelando um problema maior e o tirou do elenco de “Aquele Beijo”.

“Quando voltou a gravar, ele não conseguia ficar em pé porque sentia muitas dores. Voltou ao médico fez exames e viu que seria impossível continuar na trama sem cuidar disso primeiro”, contou a mulher do ator Keiry Costa.
A boa notícia é que, a dor originada pela pancada que o ator levou no joelho durante o acidente – ele teve um reflexo e o joelho bateu no volante -, e que só seria resolvida com cirurgia, pode ser sanada com fisioterapia.
Ator está usando bengala

Carro do ator Maurício Mattar após acidente (Foto: Ag.News/Delson Silva)
Carro do ator Maurício Mattar após acidente

“O médico disse que se ele seguir um programa de fisioterapia e repouso durante um mês, pode ser que consiga escapar da cirurgia. Ele está inclusive usando bengala para não colocar peso sobre o joelho. Só não deu mesmo para manter o personagem, já que ele entra na próxima semana, e o Maurício teria que estar gravando a todo vapor”, contou Keiry.

Escoliose afeta entre 2% e 4% da população mundial

A escoliose é uma doença que afeta entre 2 e 4% da população mundial, um enorme contingente de mais de 300 milhões de pessoas que sofrem com o problema em diferentes níveis de gravidade. A estimativa é que cinco em cada mil pessoas tenham a curva da coluna maior do que 20 graus e que uma em cada mil tenha curva maior que 40 graus.
Em novembro, será lançado o livro A Menina da Coluna Torta, de Julia Barroso que narra, em detalhes, a vida de uma adolescente que tem a doença. O livro traz uma série de depoimentos de adolescentes que sofrem com o problema, depoimentos de médicos especialistas, fisioterapeutas que lidam com pacientes com escoliose e traz até dicas de moda para as meninas que precisam usar o colete de Milwaukee. Julia Barroso, autora do livro A Menina da Coluna Torta diz que o problema é complicado porque não afeta só o aspecto físico, mas que com tratamento é possível viver bem.
O tratamento é só uma fase e, felizmente, passa rápido. Um problema de coluna é algo complicado, sim. Não só mexe com a estrutura física como com a vaidade também. Mas, não é o fim do mundo. Eu sempre dou o meu exemplo e mostro a esses adolescentes, a partir do meu blog e agora do livro, que no fim tudo acaba bem", garante Julia.

Escoliose
A escoliose é descrita pelos especialistas como um desvio da coluna vertebral, para a esquerda ou para a direita, resultando em um formato de “S” ou de “C”. As escolioses podem ter prognósticos muito diferentes, se distinguindo pela progressividade ou gravidade das curvas.
A escoliose idiopática é de causa desconhecida e é uma deformidade da coluna vertebral. O tratamento envolve fisioterapia, uso do colete e cirurgia e afeta entre 1 a 2% da população infantil. A escoliose pode ser diagnosticada em recém-nascidos (ainda no primeiro ano de vida), infantis (até os três anos) e juvenis (a partir dos 4 anos até a adolescência). A escoliose idiopática do adolescente é um desvio da coluna de causa desconhecida que atinge, na maioria das vezes, em 80% dos casos, as meninas.

Fisioterapia
Doença ainda desconhecida no Brasil, tanto pela população em geral quanto por boa parte da classe médica. A fisioterapia é bastante útil nos casos de escoliose e a importância do tratamento no caso de preparo para cirurgias é fundamental.

 A fisioterapia no tratamento da escoliose permite a regressão do grau das curvas, além de impedir ou retardar a evolução isso, claro, dependendo de cada caso. Na verdade, o sucesso da aplicação da fisioterapia está diretamente relacionado à conscientização do paciente.

É fundamental que paciente, fisioterapeuta e família formem um time e que o profissional de saúde deve se assegurar que o paciente esteja sempre motivado para o tratamento.

Via

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Teste: Números do Cérebro

Esse jogo consiste em colocar o número que vem a seguir, usando a lógica.
Exemplo:

O que vem a seguir?
1  3  5  7 ...

A resposta seria o número 9.

Clique Aqui e treine seu cérebro.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A enxaqueca, na realidade, não é apenas um tipo de cefaléia, mas uma síndrome neurológica conhecida desde os primórdios da humanidade, afetando grande parte da população mundial. Caracteriza-se pela presença de dores de cabeça recorrentes, unilaterais ou bilaterais, geralmente de caráter pulsátil, com intensidade de moderada a intensa, precedidas ou não por sinais neurológicos focais denominados de aura. Usualmente é acompanhada de náuseas, vômitos, fonofobia e fotofobia.
As crises podem durar de 4 a 72 horas. Alguns sintomas premonitórios podem aparecer horas ou dias antes da cefaléia, incluindo falta de apetite, hiper-atividade, depressão nervosa, irritabilidade, bocejos repetidos, dificuldades de memória, desejos por alimentos específicos, como chocolate e sonolência.
A dor de cabeça enxaquecosa também pode ser observada nas crianças, nas quais pode se manifestar associada a dores abdominais recorrentes, vômitos cíclicos, tonturas e dores nas pernas.
Apesar de ser de natureza incerta, acredita-se que a causa da enxaqueca seja multifatorial, apresentando caráter hereditário bem definido. Estudos demonstram que pacientes com enxaqueca apresentam um desequilíbrio de neurotransmissores no Sistema Trigemino-Vascular,que é responsável pelos fenômenos dolorosos relacionados à face e ao crânio.
As crises de enxaqueca podem ser desencadeadas por inúmeros fatores como estresse físico e emocional, determinados alimentos (álcool, queijos, vinho tinto e embutidos , entre outros), privação ou excesso de sono e alterações hormonais súbitas, como a menstruação nas mulheres. Todavia, os fatores desencadeantes tem que ser individualizados para cada paciente.
O diagnóstico da enxaqueca é clínico, com história detalhada, exame físico e neurológico completo. Eventualmente, pode ser necessário a realização de exames complementares (ressonância magnética de crânio, eletroencefalograma...) quando, por exemplo, a dor de cabeça iniciar após os 50 anos, ou quando haver alteração no exame neurológico, história de câncer, doenças infecciosas, história de HIV, ou quando iniciar subitamente, com forte intensidade, não aliviando com analgésicos.
Para que o indivíduo tenha o diagnóstico de enxaqueca, é preciso que ocorram pelo menos 5 crises de dor de cabeça de moderada ou forte intensidade, de localização unilateral e caráter pulsátil, durando de 4 a 72 h, acompanhadas de náuseas e ou vômitos, sensibilidade à luz e ao barulho, além dela ser exacerbada pela atividade física.
Primeiramente, o indivíduo tem que tentar estabelecer quais os fatores desencadeantes para suas crises de dor de cabeça e assim evitá-los, na medida do possível. Quando necessário pode-se fazer tratamento preventivo medicamentoso das crises.

Como se trata?  

  • diagnóstico correto do tipo de dor de cabeça,
  • controle de fatores predisponentes
  • tratamento medicamentoso abortivo das crises : são utilizados desde antiinflamatórios, até medicamentos específicos para enxaqueca, como os triptanos, que são drogas que agem nos mecanismos responsáveis pelo desencadeamento da dor de cabeça
  • tratamento medicamentoso preventivo das crises: quando ocorrerem três ou mais crises por mês, ou quando as crises forem muito incapacitantes, ou com pobre resposta aos medicamentos abortivos. Os medicamentos utilizados podem ser desde antidepressivos tricíclicos em baixas doses (desta forma servem para tratar dor e não depressão) até betabloqueadores e anticonvulsivantes
  • tratamento não medicamentoso: o médico também pode indicar outras formas de tratamento para casos selecionados, como biofeedback e técnicas de relaxamento, terapia cognitiva comportamental, dieta, fisioterapia, psicoterapia e acunpuntura

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cérebro: Patologia - Epilepsia

Epilepsia é uma doença neurológica crônica, podendo ser progressiva em muitos casos, principalmente no que se relaciona a alterações cognitivas, freqüência e gravidade dos eventos críticos. É caracterizada por crises convulsivas recorrentes, afetando cerca de 1% da população mundial.
Uma crise convulsiva é uma descarga elétrica cerebral desorganizada que se propaga para todas as regiões do cérebro, levando a uma alteração de toda atividade cerebral. Pode se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode falar coisas sem sentido, por movimentos estereotipados de um membro, ou mesmo através de episódios nos quais o paciente parece ficar "fora do ar", no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o ambiente.
A descarga elétrica neuronal anômala que geram as convulsões podem ser resultante de neurônios com atividade funcional alterada (doentes), resultantes de massas tumorais, cicatrizes cerebrais resultantes de processos infecciosos (meningites, encefalites),isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até mesmo por doenças metabólicas (doenças do renais e hepáticas), anóxia cerebral (asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem das convulsões pode não ser estabelecida, neste caso a epilepsia é definida como criptogênica.
O mecanismo desencadeador das crises pode ser multifatorial. Em muitas pessoas, as crises convulsivas podem ser desencadeadas por um estímulo visual, auditivo, ou mesmo por algum tipo específico de imagem. Nas crianças, podem surgir na vigência de febre alta, sendo esta de evolução benigna, muitas vezes não necessitando de tratamento.
Nem toda crise convulsiva é caracterizada como epilepsia. Para tal, é preciso que o indivíduo tenha apresentado, no mínimo, duas ou mais crises convulsivas no período de 12 meses, sem apresentar febre, ingestão de álcool , intoxicação por drogas ou abstinência, durante as mesmas.
A sintomatologia apresentada durante a crise vai variar conforme a área cerebral em que ocorreu a descarga anormal dos neurônios. Pode haver alterações motoras, nas quais os indivíduos apresentam movimentos de flexão e extensão dos mais variados grupos musculares, além de alterações sensoriais, como referidas acima, e ser acompanhada de perda de consciência e perda do controle esfincteriano.
As crises também podem ser precedidas por uma sintomatologia vaga, como sensação de mal estar gástrico, dormência no corpo, sonolência, sensação de escutar sons estranhos, ou odores desagradáveis e mesmo de distorções de imagem que estão sendo vistas.
A grande maioria dos pacientes, só percebem que foram acometidos por uma crise após recobrar consciência, além disso podem apresentar, durante este período, cefaléia, sensibilidade à luz, confusão mental, sonolência, ferimentos orais (língua e mucosa oral).
O diagnóstico é realizado pelo médico neurologista através de uma história médica completa, coletada com o paciente e pessoas que tenham observado a crise. Além disso, pode ser necessário exames complementares como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem, como tomografia e/ou ressonância magnética de crânio. O EEG é um exame essencial, apesar de não ser imprescindível, pois o diagnóstico é clínico.
Ele ao serve apenas para o diagnóstico, como também para monitorar a evolução do tratamento. Outro exame complementar que pode ser utilizado é o vídeo-EEG, no qual há registro sincronizado da imagem do paciente tendo a crise e o traçado eletroencefalográfico deste momento. As técnicas de neuroimagem são utilizadas para investigação de lesões cerebrais capazes de gerar crises convulsivas, fornecendo informações anatômicas, metabólicas e mesmo funcionais.
O tratamento da epilepsia é realizado através de medicações que possam controlar a atividade anormal dos neurônios, diminuindo as cargas cerebrais anormais. Existem medicamentos de baixo custo e com poucos riscos de toxicidade. Geralmente, quando o neurologista inicia com um medicamento, só após atingir a dose máxima do mesmo, é que se associa outro , caso não haja controle adequado da epilepsia.
Mesmo com o uso de múltiplas medicações, pode não haver controle satisfatório da doença. Neste caso, pode haver indicação de cirurgia da epilepsia. Ela consiste na retirada de parte de lesão ou das conexões cerebrais que levam à propagação das descargas anormais. O procedimento cirúrgico pode levar à cura, ao controle das crises ou à diminuição da freqüência e intensidade das mesmas.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cérebro: Patologia - Sífilis

É uma doença infecciosa crônica causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum, adquirida, na maior parte das vezes, por contato sexual com outra pessoa contaminada. Se não tratada, progride tornando-se crônica e com manifestações sistêmicas, isto é, comprometendo várias partes do corpo. Sua progressão, de acordo com o grau de comprometimento do corpo, ao longo do tempo, foi dividida em estágios (primária, secundária e terciária). As duas primeiras fases são as de características mais marcantes de infecção, quando se observam mais sintomas e é mais transmissível, após o que se observa um longo período de latência, quando a pessoa não sente nada, apresentando uma aparente cura das lesões iniciais, mesmo em indivíduos não tratados. Passada esta fase inicial, a capacidade de transmissão diminue. Após alguns anos, podem surgir manifestações da doença no coração, cérebro e, virtualmente, em qualquer órgão do corpo.
Pode-se adquirir sífilis por contato sexual, via placentária (sífilis congênita, o feto adquire na vida intra-uterina), por beijo, ou outro contato íntimo com uma lesão ativa (que contenha a bactéria Treponema), por transfusão de sangue ou derivado, ou, ainda, por inoculação acidental direta, por exemplo, em profissionais da área da saúde (raro). A grande maioria dos casos de transmissão ocorre por relações sexuais desprotegidas (sem preservativos).
As primeiras manifestações ocorrem após um período de incubação (da contaminação até apresentar o primeiro sintoma) de duração média de 21 dias, podendo variar de 3 até 90 dias.
A doença apresenta, como foi dito anteriormente, três fases distintas, com manifestações características em cada uma e um período de latência (sem sintomas) entre a segunda e a terceira fase.
Na fase primária, ocorre a lesão clássica nos genitais, porta de entrada do Treponema, chamada de cancro. É uma ferida com bordas endurecidas e profundas com o fundo macio e pouco dolorida. Esta lesão pode não estar presente ou oculta no caso das mulheres. Pode, ainda, ocorrer de maneira múltipla, mais freqüente naqueles indivíduos com a imunidade comprometida, como nos portadores de AIDS. Tais lesões são muito variáveis e freqüentemente atípicas, por esta razão, toda lesão nos genitais deve sofrer avaliação médica. Pode ocorrer o que os médicos chamam de linfoadenomegalias (ínguas) na região inguinal, concomitante, com a lesão primária. O cancro leva em média 3 a 6 semanas para se curar, podendo não deixar marca alguma.
A fase secundária ocorre após 4 a 8 semanas do surgimento do cancro, podendo inclusive esta lesão, ainda, estar presente. Nesta fase, ocorre a maior quantidade de Treponemas circulantes. O indivíduo contaminado apresenta sintomas genéricos como mal-estar, febre, dor-de-cabeça, dor-de-garganta, perda de apetite e peso e, em muitos casos, ínguas (linfoadenomegalias) pelo corpo todo. Em 80% dos casos, ocorrem lesões na pele do corpo todo, “poupando” o rosto, embora possam ocorrer nos lábios e comprometer a planta dos pés e palma das mãos (característico desta fase). São manchas pequenas com 3-10mm de diâmetro, róseas ou violáceas e planas, que não coçam ou doem.
Como o que ocorre nesta segunda fase é uma disseminação da bactéria pelo corpo todo, as manifestações podem variar de acordo com o grau de comprometimento de um ou outro órgão. Podem estar comprometidos cérebro, rins, fígado, tubo digestivo, olhos, ossos, tendões, cartilagens e articulações. Apesar de nesta fase os sintomas serem confundíveis com um grande número de doenças, felizmente, o principal teste diagnóstico é positivo em 99% dos casos. Desta fase, o indivíduo pode ir para sífilis latente, onde não há evolução para a fase terciária e fica livre de sintomas, embora possa recair tendo sintomas da fase secundária e seja potencialmente contaminante, sobretudo mulheres no caso de transmissão intra-útero para o feto. O indivíduo pode permanecer por tempo indeterminado nesta fase, podendo durar a vida toda.
A fase terciária é a fase de inflamação progressiva e lenta (crônica) com sintomas relacionados aos órgãos predominantemente comprometidos, é destrutiva e incapacitante. Assim, no caso do cérebro, teremos a neurosífilis, com sintomas de meningite e paralisia de nervos ou o comprometimento de vasos cerebrais causando obstruções de artérias, com sintomas de trombose ou derrames cerebrais. Quando compromete a medula, leva à perda de reflexos e sensibilidade dos membros com progressiva deterioração do controle dos esfíncteres e da capacidade de andar. O espectro de sintomas neurológicos é muito grande, podendo ocorrer quadros mais relacionados à sensibilidade: dores abdominais e/ou em membros até cegueira. Outra apresentação dominante é a cardiovascular, onde ocorre comprometimento de válvulas cardíacas (insuficiência e estenose) e dos grandes vasos principalmente do maior deles: a Aorta, levando à dilatação da mesma (aneurisma). Os sintomas são falta-de-ar e fadiga aos esforços cada vez menores. As conseqüências da fase terciária da sífilis ainda constituem em graves problemas médicos na atualidade, embora o surgimento de casos novos venha apresentando constante diminuição nas sociedades ocidentais desenvolvidas.
Como se viu anteriormente, esta doença pode se assemelhar com muitas outras, por esta razão o diagnóstico deve primeiro passar pela suspeita clínica. Na maioria das vezes, esta suspeita é levantada pelo médico através da avaliação da exposição às formas de contaminação, principalmente, sexo desprotegido e dos sintomas lesões genitais e manifestações na pele. O diagnóstico de outras doenças sexualmente transmissíveis, como AIDS e gonorréia praticamente obriga a se fazer testes para sífilis.
Após a suspeita clínica, o médico dispõe de duas vias para a confirmação do diagnóstico. Ou detecta a bactéria na lesão (menos freqüente), ou, mais freqüentemente, testa a presença de anticorpos anti-Treponema no sangue.
O antibiótico mais indicado para a infecção por Treponema pallidum é justamente o mais antigo e de preço mais acessível dentre todos: a penicilina. Esta é uma das principais razões para a observação do decréscimo de novos casos de complicações mais tardias da doença (fase terciária) nos países desenvolvidos. Além, é claro, de eficiente controle de saúde pública.
Tratar sífilis parece ser muito fácil pelo custo e acesso ao tratamento. O maior problema continua sendo o diagnóstico, visto que pode ser confundida com muitas outras doenças.
Não há perspectiva de desenvolvimento de vacina para breve, por isso, a prevenção recai sobre a educação em saúde para suspeita e diagnóstico precoce e tratamento, além da promoção da prática de sexo seguro com o uso de preservativos.

No sistema cardiovascular as conseqüências da sífilis, também conhecida como lues, são o resultado direto da infecção pela espiroqueta Treponema pallidum na camada média da artéria aorta, o que se acredita que ocorra na fase secundária da doença, com inflamação e fibrose da parede da aorta. A lesão anatomopatológica é a endarterite obliterante dos vasa vasorum da adventícia da aorta, com obstrução perivascular por células plasmáticas e linfócitos. A parede da aorta vai se enfraquecendo progressivamente até sofre calcificação. Este processo acaba por causar dilatação aneurismática, e a camada íntima do vaso fica com aspecto classicamente descrito com casca de arvore. Veja o diâmetro da aorta junto da saída do ventrículo esquerdo e o diâmetro na parte inferior da aorta (veja figura).

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cérebro: Patologia - Transtornos Mentais

Os termos transtorno, distúrbio e doença combinam-se aos termos mental, psíquico e psiquiátrico para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica e/ou mental.
Em psiquiatria e em psicologia prefere-se falar em transtornos ou perturbações ou disfunções ou distúrbios (ing. disturbs, alem. Störungen) psíquicos e não em doença; isso porque apenas poucos quadros clínicos mentais apresentam todas as características de uma doença no sentido tradicional do termo - isto é, o conhecimento exato dos mecanismos envolvidos e suas causas explícitas. O conceito de transtorno, ao contrário, implica um comportamento diferente, desviante, "anormal".

Classificação dos transtornos mentais

O sistema de Jaspers (1913)

Dentre os sitemas de classificação dos transtornos mentais o de Jaspers (1913) recebe, pela sua importância histórica, um lugar preponderante. Esse sistema é triádico, por diferenciar três formas de transtornos mentais:

1. Doenças somáticas conhecidas que trazem consigo um transtorno psíquico, em seus subtipos:
  1. Doenças cerebrais;
  2. Doenças corporais com psicoses sintomáticas (ex. infecções, doenças endócrinas, etc.);
  3. Envenenamentos/Intoxicações (Álcool, mofina, cocaína etc.).
2. Os três grandes tipos de psicoses endógenas (ou seja, transtornos psíquicos cuja causa corporal ainda é desconhecida):
  1. Epilepsia genuína;
  2. Esquizofrenia, em seus diferentes tipos;
  3. Distúrbios maníaco-depressivos.
3. Psicopatias:
  1. Reações autônomas anormais não explicáveis por meio de doenças dos grupos 1 e 2 acima;
  2. Neuroses e síndromes neuróticas;
  3. Personalidades anormais e seu desenvolvimento.
Dois termos desempenham assim um papel preponderante: neurose designa os "transtornos mentais que não afetam o ser humano em si", ou seja aqueles supostamente sem base orgânica nos quais o paciente possui consciência e uma percepção clara da realidade e em geral não confunde sua experiência patológica e subjetiva com a realidade exterior; psicose, por sua vez, são "aqueles transtornos mentais que afetam o ser humano como um todo", ou seja um transtorno na qual o prejuízo das funções psíquicas atingiu um nível tão acentuado que a consciência, o contato com a realidade ou a capacidade de corresponder às exigências da vida se tornam extremamente diferenciadas, e por vezes perturbadas, e para a qual se conhece ou se supõe uma causa corporal.

A loucura, de Angelo Bronzino.

Entre as neuroses costumam-se classificar: a perturbação obsessiva-compulsiva, a transtorno do pânico, as diferentes fobias, os transtornos de ansiedade,a depressão nervosa, a distimia, a síndrome de Burnout, entre outras.
O tratamento das neuroses e psicoses pode ser feito com um psicoterapeuta, um psiquiatra ou equipes de profissionais de saúde mental. As equipes incluem sempre psicólogos e psiquiatras, e podem incluir também enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas e assistentes sociais, entre outros.
Essa forma de classificação, apesar de muito utilizada ainda hoje, tem alguns problemas sérios: (a) a classificação limita o transtorno mental à pessoa (não correspondendo às exigências de uma análise bio-psico-social), (b) a diferenciação entre neurose e psicose endógena não é sempre tão clara como parece à primeira vista e (c) ambos os conceitos (neurose e psicose) estão ligados a uma etiologia psicanalítica dos transtornos mentais, tornando-os de utilidade limitada para profissionais de outras escolas.


Etiologia

Os transtornos mentais são, tanto em sua gênese como em sua manifestação, fenômenos muito complexos.

 

O modelo bio-psico-social

O modelo bio-psico-social procura fazer jus a essa complexidade buscando analisar a gênese e o desenvolvimento dos transtornos mentais sob diferentes pontos de vista, de acordo com os diferentes fatores que os influenciam:
  • Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.;
  • Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
  • Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis sociais, etc.
Os transtornos mentais podem dar-se assim em diferentes níveis:
  • Nível intrapessoal: são os transtornos de
(a) determinadas funções mentais (memória, percepção, aprendizagem, etc.)
(b) grupos de funções. Como a psicologia geral ainda não produziu modelos empíricos para tais grupos de funções e sua relação com os transtornos mentais, deve ficar sua descrição por hora no nível dos sintomas, das síndromes e dos diagnósticos, como descritos nos sistemas de classificação (CID-10 e DSM-IV)
  • Nível interpessoal: são os transtornos de sistemas, ou seja, de conjuntos de duas ou mais pessoas - casal, família, empresa, escola, etc. Tais transtornos são em parte menos objeto de estudo da psicologia clínica e da psiquiatria do que da psicologia das organizações ou da psicologia pedagógica e não são normalmente tratados como distúrbios mentais. Seu significado para a compreensão dos transtornos mentais em sentido mais restrito é no entanto enorme, o que se mostra na estrutura multiaxial dos atuais sistemas de classificação (ver acima).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Teste: Qual a idade de seu cérebro?

Ilusão de Ótica

O termo Ilusão de óptica (português Europeu) ou Ilusão de ótica (POrtuguês Brasileiro) aplica-se a todas ilusões que "enganam" o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um modo erróneo. Algumas são de carácter fisiológico, outras de carácter cognitivo.
As ilusões de óptica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do sistema visual humano. Imagens que causam ilusão de óptica são largamente utilizados nas artes, por exemplo nas obras gráficas de M. C. Escher.
Presentei seus olhos com essas magnificas Ilusões de Ótica.
Acredite é um perfeito círculo.



Pode parecer um espiral, mas na verdade são vários círculos.


Diga as cores do texto e não o que está escrito.
Amarelo
Verde
Vermelho
Azul
Preto
Rosa
Laranja
Marrom
Cinza
Roxo
Branco
Vermelho


As duas linhas verticais tem o mesmo tamanho.



Quantas patas tem o elefante?



Ainda que não pareça, são duas linhas retas.



Sim, é um quadrado.


Todas as linhas são retas.


Decifre a imagem


Uma mulher?


Interessante


Duas pessoas?


As figuras internas são a mesmas, no entanto de onde apareceu o quadrado branco?


Olhe fixamente para o ponto central e a sombra desaparecerá.


Rosto ou cavalo?


Parece que se move né?


Acredita que os retângulos negros são do mesmo tamanho?


Apesar de ver a palavra LIFE, ela não está em lugar algum.


Quadro de Dali onde pode ver um grupo de pessoas ou o rosto de Voltaire.


Acredita que isto possa existir?


As duas linhas tem o mesmo tamanho.


Os dois monstrengos também tem o mesmo tamanho.


Nâo tem nada girando aqui.


Aqui também não.


Idem.


Idem.
Idem


Nada se avolumando aqui.


Olhe fixamente e os pontinhos coloridos desaparecem enquanto o espiral gira.
A explicação possível das ilusões óticas é debatida extensamente. No entanto, os resultados da investigação mais recente indicam que as ilusões emergem simplesmente da assinatura do modo estatístico e empírico como todos os dados perceptivos visuais são gerados
Os circuitos neuronais do nosso sistema visual evoluem, por aprendizagem neuronal, para um sistema que faz interpretações muito eficientes das cenas 3D usuais, com base na emergência no nosso cérebro de modelos simplificados que tornam muito rápida e eficiente essa interpretação mas causam muitas ilusões ópticas em situações fora do comum. Como uma imagem em diferentes diâmetros.

Cérebro: Patologia - Meningites

Dentre as infecções que acometem o sistema nervoso central, a meningite é ainda a que determina as piores taxas de morbidade e mortalidade.

Anteriormente, esta patologia resultava no óbito da maioria dos pacientes, e os poucos sobreviventes apresentavam severas seqüelas neurológicos. A partir do desenvolvimento de medicamentos, como o antibiótico, da utilização de novas técnicas de diagnóstico e de um melhor conhecimento da patologia, houve uma redução significativa da taxa de mortalidade, e até mesmo, uma redução das seqüelas neurológicas, proporcionando aos pacientes acometidos uma maior possibilidade de sobrevivência com qualidade de vida.

Conceito

A meningite, como sugere o próprio nome, é a inflamação das membranas que recobrem e protegem o SNC (sistema nervoso central), conhecidas como meninges. Nessa patologia ocorre o comprometimento das meninges por microorganismos patogênicos, onde alguns destes podem ser potencialmente fatais, principalmente quando não realizados os procedimentos cabíveis e necessários à recuperação do paciente.

A meningite é uma inflamação da aracnóide, da pia-máter e do LCR (líquido cefalorraquidiano), onde o processo inflamatório se estende através do espaço subaracnóide pelo cérebro e pela medula espinhal (SANVITO, 2000).

Etiologia

A meningite pode ser causada por inúmeros microorganismos patogênicos, onde os principais são as bactérias e os vírus. É possível também o desencadeamento da meningite por fungos, protozoários e helmintos, sendo estes bem menos freqüentes do que os anteriormente citados, podendo-se até dizer que são bastante raros.

Incidência

a) Meningite bacteriana
É possível afirmar-se que as meningites bacterianas de etiologia conhecida são causadas principalmente pelo Haemophilus Influenzae (45% dos casos), pelo Streptococus Pneumonae (18% dos casos) e pela Neisseria Meningitidis (14% dos casos).

A freqüência com que os tipos de bactérias provocam a meningite está relacionada com a faixa etária, ou seja de acordo com a idade há uma incidência maior de um determinado agente etiológico. Nos recém-nascidos, os estreptococos e os bacilos gram-negativos são os principais causadores da meningite. Dos trinta dias de vida a até os cinco anos, agem o Haemophilus Influenzae, o pneumococo e o meningococo. A partir dos cinco anos, na adolescência e até mesmo na fase adulta predominam meningococo e o pneumococo como agentes causais da meningite.

b) Meningite viral
Muitos vírus pode desencadear a meningite, entre eles podemos citar os enterovírus (85% dos casos), o vírus da caxumba (07% dos casos), o vírus do herpes simples (04% dos casos), os arbovírus (02% dos casos), o vírus da varicela (01% dos casos) e o vírus do sarampo (01% dos casos). Assim como,também, o vírus da rubéola e os adenovírus podem vir a desencadear a meningite.

Classificação

A classificação da meningite ocorre de acordo com o seu agente etiológico, ou seja de acordo com o microorganismo que desencadeou a meningite.

a) Meningite bacteriana

- Meningite meningocócica – A meningite meningocócica é um dos tipos de meningite bacteriana que apresenta maior gravidade. O seu agente causal é a Nisseria Meningitidis, um patógeno respiratório com grande capacidade de causar infecções endêmicas e epidêmicas. É mais comum em países em desenvolvimento, visto que as condições sanitárias e a desnutrição que são comuns nesses países. A natureza da meningite meningocócica torna imperativo o desenvolvimento das medidas preventivas para o controle total dessa patologia.

- Meningite pelo Haemophilus Influenzae – Esse tipo de meningite bacteriana é bastante comum. Mais de 50% dos casos dessa patologia ocorrem em crianças com menos de dois anos de vida,e 90% dos casos ocorrem antes dos cinco anos.

- Meningite pneumocócica – A meningite meningocócica tem uma freqüência semelhante a meningite meningocócica, sendo que, na primeira, mais de 50% dos casos ocorre em pacientes com menos de um ano de idade ou com mais cinqüenta anos (principalmente a população idosa). Seu índice de mortalidade é de cerca de 20 a 30%.

- Meningite estafilocócica – É uma das causas menos freqüente de meningite bacteriana. Pode ocorrer como resultado de furúnculos no rosto ou de infecção estafilocócica em outras partes do corpo. Algumas vezes, é uma complicação da trombose do seio cavernoso, de um abscesso epidural ou subdural, ou de procedimentos cirúrgicos.

- Meningite estreptocócica – A meningite estreptocócica apresenta um índice de 01 a 02% dos casos de meningite bacteriana. Esse tipo de meningite ocorre, geralmente, secundário a algum foco séptico, principalmente nos seios nasais ou mastóideo.

- Meningite tuberculosa – Esse tipo difere dos anteriores em virtude da sua evolução lenta. A meningite tuberculosa é muito comum em crianças e recém-nascidos que residem em regiões onde o índice de tuberculose é alto.

Fisiopatologia

A meningite pode ser causada por uma infinidade de microorganismos. Quando algum destes penetra no organismo humano, para que se desenvolva a meningite é necessário o cruzamento da barreira hematoencefálica e da barreira sangue-LCR. O LCR pode ser contaminado, também, através de um ferimento que penetre nas meninges como resultado de um trauma, de um procedimento clínico ou cirúrgico , ou, ainda, de uma mal formação congênita ( por exemplo, na mielomeningocele). Tendo, então, penetrado no LCR, o microorganismo terá um meio ideal par o seu crescimento, já que o liquor apresenta uma capacidade mínima ou inexistente de produção de anticorpos, e que as imunoglobulinas do sangue não têm acesso ao LCR. Assim sendo, o organismo infectante dissemina-se e alastra-se através da circulação do liquor. A entrada e o crescimento dos microorganismos, segue-se da inflamação meníngea.

a) Meningite bacteriana

Nos casos das meningites bacterianas, certos componentes específicos induz a liberação de citocinas pró-inflamatórias no espaço subaracnóide, as quais aumentam a aderência, e o movimento transendotelial dos neutrófilos é ativado, liberando produtos como as prostaglandinas e os metabólicos tóxicos do oxigênio que aumentam a permeabilidade vascular local, podendo resultar em neurotoxidade direta. Tais alterações inflamatórias contribuem para o aumento da pressão intracraniana e para alterações no fluxo sanguíneo cerebral. O edema cerebral deve-se a permeabilidade aumentada da barreira hematoencefálica. O aumento da pressão no LCR é conseqüência da obstrução do fluxo, devido à inflamação ao nível das vilosidades aracnóides.

b) Meningite viral

O desenvolvimento da meningite viral envolve a exposição de uma superfície corporal ao vírus, seguida de viremia sistêmica e invasão do vírus nas meninges, sendo todo o desencadear da patologia semelhante ao da meningite bacteriana explicado acima.

Manifestações Clínicas
a) Meningite bacteriana
O quadro clínico da meningite bacteriana varia um pouco de acordo com a faixa etária. Em recém-nascidos, os sinais e sintomas se apresentam a partir da hipo ou hipertermia, letargia, sucção débil, abaulamento de fontanela, irritabilidade, sinais de sepsis, cianose, icterícia, desconforto respiratório, apnéia e convulsões. Em lactentes de um a vinte e quatro meses, as manifestações tornam-se um pouco mais especificas, notando-se hipertermia, irritabilidade, letargia, vômitos (em jato), abaulamento de fontanela e convulsões. Enquanto que crianças maiores de vinte e quatro meses, as manifestações são a hipertermia, vômitos (em jato), cefaléia, sinais de irritação meníngea e rigidez de nuca.

b) Meningite viral

A meningite viral provoca sinais e sintomas variáveis de acordo com o seu agente etiológico. Sendo, freqüentemente, observado a hipertermia, astenia, mialgia, cefaléia, fotofobia, rigidez da nuca, distúrbios gastrointestinais, sintomas respiratórios ou erupção cutânea.

Diagnóstico
O diagnóstico da meningite é feito a partir das manifestações clínicas e confirmado por exames laboratoriais, se necessário, tais como a cultura de sangue e a punção do LCR, os quais também ajudam na identificação do agente etiológico, (importante para que se estabeleça um tratamento eficaz).

Para auxiliar no diagnóstico clínico podemos realizar testes e sinais que indicam a rigidez da nuca, ajudando a confirmar a meningite. No teste de Kernig realizamos a flexão cervical com o paciente em decúbito dorsal, caso o paciente refira dor ou não consiga realiza-lo é sinal de teste positivo. Para realizar o sinal de Kernig, o paciente deve estar em decúbito dorsal e fazer a flexão do quadril com extensão de joelho, ocorrendo dor é um sinal de irritação meningea. Já o sinal de Brudzinski consiste na adução e flexão dos membros inferiores desencadeados após a realização do teste de Kernig. Vale salientar que em casos de pacientes em coma, hipotonia, ausência de reflexos musculares, recém-nascidos ou idosos os resultados dos testes ou sinais não seriam os esperados (UMPHRED, 1994).

A amostra do LCR pode revelar um aumento na contagem de proteínas e uma diminuição no nível de glicose, além do aumento da pressão intracraniana.

Prognóstico
O prognóstico, nos casos de meningite, varia de acordo com o agente etiológico, com as manifestações clínicas apresentadas pelo paciente e com os procedimentos clínicos adotados.

Os aspectos que influenciam o índice de mortalidade são: a idade do paciente, o estado geral do paciente, a eficácia do tratamento, as complicações e o agente etiológico.

a) Meningite Bacteriana

O avanço cientifico tem transformado a meningite bacteriana de uma doença com freqüência fatal em uma doença em que a maioria dos pacientes sobrevive sem qualquer seqüela neurológica significativa. Com a terapia antimicrobiana atualmente disponível, a taxa de mortalidade da meningite por Haemophilus Influenzae é inferior a 5%, enquanto a meningite meningocócica é de cerca de 10%. A taxa de mortalidade observada na meningite pneumocócica, na qual o índice é de cerca de 25%.

b) Meningite viral
A recuperação completa da meningite viral geralmente ocorre de uma a duas semanas do início, apesar de alguns pacientes descreverem fadiga, astenia e tonteira por meses.

Tratamento Clínico
a) Meningite bacteriana

O tratamento clínico das meningites bacterianas envolve três aspectos fundamentais: a eliminação do agente infeccioso, a manutenção das condições gerais e o controle das complicações. O tratamento se dá através da terapia antimicrobiana, sendo a ampicilina uma droga bastante utilizada em virtude dela combater os agentes etiológicos da patologia e apresentar poucos efeitos colaterais.

b) Meningite viral
O tratamento das meningites virais é direcionado para o alivio dos sintomas, medidas de suporte e prevenção das complicações. A recuperação completa da meningite viral ocorre em uma ou duas semanas. Não há medicamento indicado para o agente viral.

Tratamento Fisioterapêutico
A fisioterapia, como parte integrante da equipe multidisciplinar, também desempenha um importante papel no tratamento da meningite. Cabe-nos tentar manter as condições gerais do paciente, evitar complicações respiratórias, motoras ou de outra natureza, bem como minimizar possíveis seqüelas deixadas pela meningite, e proporcionar ao paciente o máximo de funcionabilidade, qualidade de vida e auto-estima possíveis.

Os procedimentos a serem seguidos por parte da fisioterapia dependerão do estado geral do paciente, do nível de evolução da patologia, da fase em que o paciente se encontra (CTI, enfermaria ou domicílio), da sua resposta ao tratamento, e, principalmente, das prioridades estabelecidas em cada etapa do processo de reabilitação.

É importante que sejam realizadas orientações ao paciente e aos familiares sempre que possível, tais como o posicionamento do paciente no leito, as mudanças de decúbito, informações sobre o contágio (que nas meningites bacterianas não ocorre após 48 horas do início da medicação), informações de higiene do paciente e dos familiares (para que no caso de meningite viral evite-se uma disseminação da patologia) e informações gerais sobre a patologia e sua evolução.

O fisioterapeuta deve realizar uma avaliação criteriosa, valorização as condições gerais de cada paciente, as condições do ambiente e os recursos fisioterapêuticos disponíveis, e a partir disto traçar a sua conduta, objetivando sempre proporcionar uma boa qualidade de vida para ele

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Cérebro: Patologia - Labirintite, tontura e vertigem

Tontura é o termo que representa genericamente todas as manifestações de desequilíbrio.
As tonturas estão entre os sintomas mais freqüentes em todo o mundo e são de origem labiríntica em 85% dos casos. Mais raramente, as tonturas podem ser de origem visual, neurológica ou psíquica.
Vertigem é um tipo particular de tontura, caracterizando-se por um sensação de rotação.
Labirintite é uma enfermidade de rara ocorrência, caracterizada por uma infecção ou inflamação no labirinto. O termo é utilizado de forma equivocada para designar todas as doenças do labirinto.
Existem dezenas de doenças e/ou distúrbios labirínticos e cada uma delas tem características próprias que exigem formas especiais de tratamento.
A maioria das pessoas usa a palavra tontura para descrever a sua perturbação do equilíbrio corporal. Outras descrevem essa perturbação como atordoamento, sensação de “cabeça leve”, entontecimento, estonteamento, impressão de queda, instabilidade, sensação de flutuação, de estar caminhando em cima de um colchão, tonteira ou, ainda, zonzeira.
A vertigem é o tipo mais freqüente de tontura. O paciente sente-se girando no meio ambiente ou o ambiente gira a sua volta.
As crises mais fortes de tontura podem ser acompanhadas de náuses, vômitos, suor, palidez e sensação de desmaio.
Muitos pacientes com tontura também podem referir outros sintomas como ruídos no ouvido ou na cabeça (zumbido, zoada, tinido, tinitus), diminuição da audição, dificuldade para entender, desconforto a sons mais intensos, perda de memória, dificuldade de concentração, fadiga física e mental. Isso é devido às interrelações entre o sistema do equilíbrio com a audição e outras funções do sistema nervoso central.
 


A figura mostra o ouvido externo (canal do ouvido, tímpano), ouvido médio (com os ossículos martelo, bigorna, estribo) tuba auditiva, ouvido interno ou labirinto (aparelho vestibular, vestíbulo, cóclea, nervo vestibular, nervo coclear), cérebro.


Labirinto

O labirinto, também conhecido como ouvido interno, congrega as funções da audição e do equilíbrio. Fica encrustado no osso temporal, um dos ossos do nosso crânio.
A palavra labirinto lembra uma estrutura complexa e elaborada. Assim, quando os anatomistas clássicos começaram a estudar o osso temporal, perceberam que havia tantas estruturas, tantos pequensos orifícios, tantas estruturas ósseas diferentes, que o nome labirinto foi a escolha lógica.
A parte anterior do labirinto, chamada de cóclea, está relacionada coma a audição. A parte posterior, formada por um conjunto de três canais, chamados de canais semicirculares, está relacionada com o equilíbrio.
A estrutura que liga a cóclea ao aparelho vestibular é chamada de vestíbulo (o “hall” de entrada do labirinto).
Dentro do labirinto ósseo existe um labirinto membranáceo, imerso em um líquido chamado perilinfa. No vestíbulo, o labirinto membranaáceo divide-se em duas pequenas bolsas: o utrículo e o sáculo. O labirinto membranáceo é preenchido por um líquido, a endolinfa.
As informações sobre o equilíbrio e a audição chegam ao cérebro através dos nervos vestibular e coclear, respectivamente.

Labirintopatias ou Vestibulopatias

As doenças do labirinto são popularmente conhecidas como “labirintites”, uma denominação errônea porque uma infecção ou inflamação do labirinto, como sugere o sufixo-ite, são de rara ocorrência. Os termos labirintopatias (para designar as afecções do ouvido interno ou labirinto) ou vestibulopatias (para designar as afecções que acometem qualquer parte do sistema vestibular ou sistema de equilíbrio) são mais adequadas.
Vestibulopatias periféricas são as que acometem o sistema vestibular periférico, constituído pelos canais semicirculares, utrículo, sáculo e o nervo vestibular (oitavo por craniano). Cerca de 85% das vestibulopatias são de origem periférica.
Vestibulopatias centrais são as que lesam estruturas vestibulares no sistema nervoso central.

Equilíbrio

A manutenção do equilíbrio corporal é uma função extremamente complexa e envolve diversos órgãos e sistemas.
Os principais sensores do sistema do equilíbrio estão no labirinto, nos olhos, na pele e nos músculos e articulações.
O labirinto informa sobre a direção dos movimentos da cabeça e do corpo (para cima, para baixo, de um lado para o outro, para frente, para trás e rotações).
Os olhos informam sobre a posição do corpo no espaço, a pele informa sobre qual parte do corpo que está em contato com uma superfície e os músculos e articulações (sistema proprioceptivo) informam sobre os movimentos e quais as partes do corpo que estão envolvidas com eles.
O sistema labiríntico é a central de informações, que recolhe os impulsos de todos os sensores eo sistema nervoso central as recebe para serem analisadas. As informações recebidas devem ser coerentes. A chegada de informações conflitantes pode resultar em tontura e enjôo até que o sistema se habitue a esta nova realidade.
Tontura não é doença, e sim um sintoma que pode surgir em numerosas doenças. Tontura é uma sinal de alerta, de alarme de que algo não está bem no organismo.
Depois de dor de cabeça, tontura parece ser o sintoma a mais comum em consultórios médicos. Estima-se que cerca de 42% dos adultos queixam-se de tontura em alguma época de suas vidas.
Os diferentes tipos de tontura podem ocorrer em qualquer faixa etária, sendo mais comum em idosos. O sexo feminino parece ser o mais acometido.
As tonturas podem afetar de diferentes modos a qualidade de vida. Podem ser leves, moderadas ou intensas, esporádicas, freqüentes ou constantes e, além da desconfortável sensação de perturbação do equilíbrio corporal, podem vir acompanhadas de prejuízo da memória, dificuldade para entender, fadiga física e mental, dificuldade para ler e escrever.
A insegurança física gera insegurança psíquica, o que pode ocasionar ansiedade, depressão e pânico.
As causas
O desequilíbrio corporal pode ocorrer por apresentar alterações funcionais originadas nas diversas estruturas do sistema vestibular (vestibulopatias primárias) ou determinadas por problemas clínicos à distância em outros órgãos ou sistemas, que podem afetá-lo de diferentes maneiras (vestibulopatias secundárias).
Numerosas são as causas de vestibulopatias primárias e secundárias:
 

traumatismos de cabeça e pescoço
infecções (por bactérias ou vírus)
drogas ou medicamentos (nicotina, cafeína, álcool, maconha, anticoncepcionais, sedativos, tranqüilizantes, antidepressivos, antiinflamatórios, antibióticos, etc.)
erros alimentares
tumores
envelhecimento
distúrbios vasculares (hiper ou hipotensão arterial, arteriosclerose)
doenças metabólicas – endócrinas (hipercolesterolemia, hiper ou hipoglicemia, hiper ou hipoinsulinemia, hiper ou hipotireoidismo)
anemia
problemas cervicais
doenças do sistema nervoso central
alergias
distúrbios psiquiátricos, etc.

A descoberta da causa implica, muitas vezes, na realização de diversos exames complementares (sangue, urina, radiológico) ou avaliações em outras áreas médicas (endocrinologia, neurologia, cardiologia, psiquitria, ortopedia, reumatologia, etc.).
As doenças, propriamente, que podem acometer os sistemas vestibular e auditivos, causando tonturas com ou sem outros sintomas como zumbido, surdez, etc. são bastante numerosas. Mencionaremos apenas as mais comuns:
 

vertigem postural paroxística benigna:
breves e repentinos episódios devertigem e/ou enjôo aos movimentos da cabeça.
doença de Ménière:
Nos quadros clínicos típicos, a queixa é de crises vertiginosas, diminuição da audição, sensação de pressão no ouvido.
neurite vestibular:
Vertigem aguda, intensa e prolongada, com náuseas e vômitos. Pode ser de origem inflamatória ou infecciosa (viral).
Doenças do ouvido médio e/ou tuba auditiva:
Vertigens, zumbido e/ou diminuição da audição podem ser causados por obstrução da tuba auditiva e otite média.
Cinetose (mal do movimento)
tonturas, náuseas, eventualmente vômitos, palidez e suor podem ocorrer em veículos em movimento.Quando enjoamos em um navio ou automóvel, isso resulta do conflito de informações entre os sensores. O Máximo do conflito ocorre quando nos encontramos sentados em uma sala interna de um navio. Como não há janelas, os nossos olhos informam que estamos parados. O nosso sistema proprioceptivo (músculos e articulações) também informa que estamos parados. Mas os labirintos continuam informando que estamos em movimento. Algumas pessoas são mais sensíveis a esse conflito de informações. Quando estamos e lendo em um automóvel em movimento enjoamos mais, porque nossos olhos, fixos na leitura, não colaboram com os labirintos na informações relacionadas com o movimento do automóvel.
Surdez súbita e vertigem:
A perda auditiva, habitualmente, surge em um dos ouvidos e pode ter diferentes causas, como infecções por vírus, traumas cranianos ou acústicos, doenças auto-imunes, vascular, tumores, etc. Tonturas de vários tipos podem ocorrer. A crise vertiginosa típica com náuseas e vômitos é comum.
Esclerose Múltipla:
É uma afecção crônica e progressiva, de causa desconhecida, do sistema nervoso central. Vertigem súbita, com ou sem perda da audição, súbita ou não, e/ou zumbido podem ser os sintomas iniciais. Tontura e desequilíbrio são mais comuns do que a perda auditiva.


O conjunto de história clínica, exame físico e a seqüência dos testes auditivos e vestibulares aplicados recebe o nome de avaliação otoneurológica.
Um dos pontos mais importantes da avaliação otoneurológica é a história clínica. Devem ser obtidas informações detalhadas do paciente sobre sua tontura e outros sintomas concomitantes. Os antecedentes pessoais e familiares, conhecer os hábitos de vida, medicações e preferências alimentares da pessoa também é muito importante.
Existe uma série enorme de testes de audição e de equilíbrio corporal (testes labirínticos). Esses exames são realizados de acordo com a necessidade de cada paciente. Não existe uma seqüência predeterminada. Os resultados dos testes básicos indicam quais os testes mais avançados que devem ser aplicados.
Em função dos grandes progressos na obtenção de imagens do corpo humano, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são dos exames de enorme utilidade no diagnóstico das vestibulopatias.
Vertigem e outras tonturas são sintomas que costumam ser sensíveis ao tratamento desde que haja coerência com o diagnóstico formulado.
Em grande número de casos, com auxílio de exames laboratoriais e obtenção de imagens, conseguimos estabelecer a causa da doença e instituir o melhor dos tratamentos, ou seja, o tratamento etiológico (da causa).
O tratamento atual das doenças ou distúrbios do equilíbrio consiste numa associação de providências que devem ser tomadas para se obter resultados mais satisfatórios. Esse múltipla abordagem de conduzir o tratamento consiste no seguinte:
 

procurar eliminar ou atenuar a causa da tontura
utilizar criteriosamente os medicamentos antivertiginosos: Existem vários remédios que são usados no tratamento das tonturas. Eles têm a função de deprimir o sistema labiríntico. Alguns deles são tão populares que se encontram nas listas de medicamentos mais vendidos. As vezes, encontramos pacientes que já tomaram todos, ou quase, os remédios que existem e vieram à consulta para saber se já surgiu algum produto novo. O importante é a escolha do medicamento mais adequado, baseado no diagnóstico e nas reações orgânicas e psíquicas de cada paciente.
Personalizar os exercícios de reabilitação do equilíbrio: A reabilitação do equilíbrio, por meio de exercícios (exercícios vestibulares), reajusta as relações entre os sinais enviados pelas estruturas responsáveis pela manutenção da postura corporal (labirinto, olhos, pele, músculos e articulações). Tratam-se de exercícios repetitivos com os olhos, a cabeça e o corpo com o objetivo de criar um conflito sensorial que vai acelerar a compensação, provocando o reajuste da função do equilíbrio.
Correção de erros alimentares que podem agravar a vertigem e sintomas associados.
Mudanças de hábitos ou vícios que possam ser fatores de risco, principalmente quanto ao uso de açúcares de absorção rápida, café, álcool e fumo.
Cirugia da vertigem: Deve ser destinada a casos específicos (tumores, fracassos do tratamento clínico em certas doenças), em combinação, ou não, com as medidas que constituem a múltipla abordagem do tratamento conservador.


Algumas doenças, ou distúrbio labirínticos, são autolimitantes, ou seja, curam sozinhas. Outras curam por compensação labiríntica, ou seja, um reajuste entre as estruturas que comandam o nosso equilíbrio.
A grande maioria dos pacientes (cerca de 90%) responde favoravelmente à terapia antivertiginosa.
A maioria dos casos fica definitivamente curada. Outros melhoram significativamente, e apenas poucos casos são rebeldes ao tratamento. Nesses últimos casos, novas estratégias de tratamento podem ser aplicadas até obter-se o melhor resultado possível.

A fisioterapia na Labirintite

A fisioterapia trabalha com a correção postular e com as alterações osteomioarticulares (ossos, músculos e articulações). A  tensão na musculatura, além de dificultar a movimentação do local, pode prender a circulação sanguínea, irrigando o ouvido com pouco oxigênio. Essa ausência de oxigênio pode causar isquemia (falta de suprimento de sangue em um tecido) e alterar o funcionamento do labirinto, causando perda de equilíbrio.

O trabalho da fisioterapeuta é minimizar essas alterações promovendo o alongamento, o relaxamento e a reeducação postural que diminuem a tensão, a possível causa da tontura ou até a sensação de zumbido.